sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Coluna do Renatão da Folha dos Lagos: sentando a lenha no Prêmio de Comunicação




Categoria ofendida

Não costumo comentar premiações em jornalismo. Mas a desfaçatez com que os organizadores do 8º Prêmio de Comunicação de Cabo Frio trataram a todos nós, dando o terceiro lugar na categoria Jornalismo Impresso ao empresário Ernesto Galiotto, que até faz boas incursões na área fotográfica, onde poderia até ganhar a primeira colocação, me fez romper essa regrinha de etiqueta. Esse senhor jamais poderia estar disputando com jornalistas uma premiação que é feita para a categoria.

Escrevo isso com a tranqüilidade de quem não estava concorrendo. Na verdade, nem li a matéria de Galiotto, mas nem precisava. Ele simplesmente não poderia ter a inscrição aceita e se teve, deveria ter ficado de fora da disputa. O desvio de finalidade dessa premiação ficou nítido com esse absurdo. Sem falar de que os R$ 1 mil dados para ele não farão nem cócegas em seu bolso, enquanto com certeza faria toda a diferença para quem rala no dia a dia das redações.

Nós jornalistas já levamos, por vingança, uma cacetada por parte do Supremo Tribunal Federal (STF), que entendeu, propositalmente errado, que a exigência do diploma feria a liberdade de expressão. Todo mundo sempre escreveu o que quis desde a volta da democracia, só que a apuração de uma matéria requer outras habilidades além da simples liberdade. Agora, em Cabo Frio, vemos um prêmio criado para unir a categoria ser desviado justamente durante a gestão na assessoria de uma coordenadora de curso de Comunicação e defensora do diploma. Nada contra a Andréa Gorito, com quem tenho  boas relações, mas ela poderia ter evitado isso.

Além do desvio de finalidade, a festa da premiação aconteceu com coisas esquisitas. A jornalista ex-editora da Folha dos Lagos e atual assessora do deputado Janio Mendes, Roberta Costa, não foi convidada. O nome da jornalista Renata Cristiane, da Rádio Litoral, não estava na lista. Eu, que estava de férias e liguei para saber como chegar, fui informado de que os nomes estavam por equipe e que o meu estaria na da Folha. Também não estava na relação.

A atração teatral, chamada para dar um “plus” cultural ao evento, demorou demais. O serviço de buffet parou e, com isso, ouvi vários comentários sobre “festa de camelo”. Realmente, cheguei a pensar em sair para tomar algo, nem que fosse uma água. Foram horas de bico seco.

Para completar, a festa estava cheia de “bicões”, gente que nada tem a ver com jornalismo e que estava lá só para comer e beber de graça. Vi pouca gente conhecida, que realmente trabalha nas mídias. Mais uma gafe lamentável da organização.

Mas o que realmente me levou a escrever esse artigo foi o prêmio dado ao empresário que vende vinho de garrafão. Na hora em que foi anunciado o resultado, comentei com quem estava do meu lado que estava me sentindo pessoalmente ofendido. Escrevi o mesmo no facebook. E agora, uso esse espaço para manifestar mais uma vez minha indignação. Ah, e dar os parabéns para o merecido vencedor Rodrigo Cabral. Vai ficar melhor que o pai!

7 comentários:

  1. Muito boa, para variar

    Chicão

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  2. Queria reiterar o que o Renatão disse na coluna. Fiquei muito decepcionada quando cheguei lá na entrada e as meninas da recepção olharam 3 vezes a lista e disseram (todas sem graça) que meu nome não estava na lista. Eu ia chamar alguém da organização, mas daí, a Tatiana Grynberg, fotógrafa premiada, tinha direito de levar um convidado, como fomos juntas, entrei (NA ABA DELA).
    Ufa, que vergonha!
    Mas, fazer o que, né? Já estava lá toda arrumada, tinha saído de casa...
    Depois ficamos lá, em pé, por mais de 2h esperando todo o falatório acabar para servir alguma coisa para beber ou comer.
    Eu também cheguei a pensar em ir em algum bar do Portinho tomar um refrigerante para matar a sede, afinal, depois de duas horas e meia de bla-bla-bla a gente sente sede, cansaço, fadiga, irritação, sono....aff...haja paciência...

    Outra coisa que estava LATENTE:
    Eu vi gente na festa que é amigo, do amigo, do amigo que trabalha na SECOM, que é da Educação Física, por exemplo, que estava lá bem pra xuxu. Teve gente que mora no Rio, não trabalha como jornalista, mas tinha até duas mesas. E eu que acordo 5h da manhã, fui lá prestigiar a festa num esforço, fiquei em pé e só pude sentar quando alguém (desses que não são do ramo), foi embora.
    E por fim, Galiotto premiado, o que dizer...nós que ganhamos um salário de BOSTA ficamos chupando o dedo e o cara que tem avião, ganha milzinho...é a vida...mundo cruel...
    Ainda teve outra coisa que se repete há 5 anos. Apenas dois inscritos na categoria rádio, ou seja, 3 prêmios, mas só dois inscritos. Entre outras tantas gafes.
    Houveram categorias que melhoraram bastante como TV e a premiação do Cabralzinho.
    Mas #ficadica para os organizadores aproveitando a deixa do Renatão.
    Ano que vem, põe mesas reservadas com nome dos que realmente fazem a notícia chegar nas pessoas.
    Os que realmente trabalham no ramos e dão duro para a informação circular. Para que donos de agências e coordenadores e comunicação ( que ganham polpudos salários) possam então divulgar o que seus clientes querem. Entendeu????
    E parem com tanto zelo quanto aos jornalistas da cidade, pq tá sobrando prêmio até para quem NÃO É JORNALISTA (e quem não precisa de milzinho) ganhar...
    E outra: se a festa era para jornalistas não pareceu ser. Poucos jornalistas, muitos bicões e um excesso de "muquiranagem" com comida e bebida. Sinceramente... nem beber podemos?

    Espero que essa "dinheirama" que o prefeito destina aos jornalistas seja realmente investido e destinados para dar prazer um único dia no ano, a quem realmente trabalha o ano inteiro fazendo notícia.
    O prefeito está fazendo o papel dele, mas será que os organizadores não estão perdendo o foco?

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  3. Renata Cristiane, se eu fosse você, nem perderia o meu tempo e nem faria questão em procurar alguém da organização do evento. Por que não foi dá uma volta no Canal ou Malibu? Já estava toda arrumada mesmo. Ou quem sabe, assistir Zorra Total. Aposto que é mais engraçado do que esse evento.
    Legal, não é? Você jornalista tendo que pegar uma "carona", com uma fotografa - Eu heim! Essa cidade é um pagode!

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  4. TA BOM PRA VCS,JORNALISTAS ISSO SO SE DEVE A LIBERDADE DE IMPRENSA BLOQUEADA QUE EXISTE EM CABO FRIO E VCS TODOS COLABORAM VAMO BOTAR O BLOCO NA RUA COM RESPEITO E COM DIGNIDADE ALIAIS QUANDO CHEGAR PERTO DAS ELEIÇÕES ELES PROCURAM ALGUNS DE VCS PARA PUPLICAR ERROS DOS OPOSITORES NÃO É VERDADE? ENTÃO VAMO LÁ CLASSE OU VAI VIRAR BRASILIA:

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  6. Assino em baixo! Esse ano foi tudo muito esquisito! Festa muito cheia, bico seco, muito bicão.. É chato vc ir prestigiar, participar, caprichar no figurino e chegar lá olhar pro lado e vê um penetra de bermuda jeans e rasteirinha. Ah, e diga- se de passagem ainda sentado e eu que estava concorrendo e na companhia de vários amigos da imprensa em pé.. Deu vontade de ir em casa e colocar um jeans. Mas fica a dica aí, prá ano que vem melhorar! Tatiana Grynberg

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