Por Eduardo Pimenta
A
criação de um Comitê Permanente de Gestão dos Peixes-de-Bico é importante fórum
para discutir a conservação destas espécies no Brasil. A efetivação partiu de
uma reunião realizada pelo ministro da Pesca e Aqüicultura, Marcelo Crivella,
cientistas e pescadores esportivos na sede do Iate Clube do Rio de Janeiro
(ICRJ) em agosto passado.
Agulhão-vela e Marlim-azul |
Na ocasião, representantes da pesca oceânica, que
engloba cerca de 40 mil praticantes no país, denunciaram o declínio acentuado
do marlim-azul, marlim-branco e sailfish em águas nacionais. Preocupados com a
possível extinção da prática do esporte no país, pediram medidas para reverter
essa situação. A pesca esportiva, que movimenta a economia e gera empregos, é
quase em sua totalidade feita no sistema de pesque e solte, devolvendo os
exemplares ao mar.
tartarugas afetadas |
Uma palestra sobre a situação da
pesca comercial e esportiva foi feita pelos cientistas Alberto Amorim, do Instituto
de Pesca de Santos, Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São
Paulo, e Eduardo Pimenta, pesquisador e professor da Universidade Veiga de
Almeida-UVA, campus Cabo Frio-RJ. Uma das causas do declínio é a captura dos
peixes-de-bico na região do Rio de Janeiro, pela frota de pequeno porte,
composta por mais de 300 barcos, que visa à pesca de atuns e dourados e pega
incidentalmente outras espécies, como tartarugas, aves marinhas e
peixes-de-bico.
Os marlins e sailfish, também
conhecidos como agulhões, são pegos e comercializados a preços irrisórios, pois
sua carne não é muito apreciada, em parte por sua consistência rígida.
Os
cientistas mostraram a necessidade de evitar a captura dessas espécies, que
estão em acentuado declínio.
marlim azul |
A Instrução Normativa Seap no
12/2005 proíbe a comercialização do marlim-branco e azul, porém a medida não
tem surtido o feito desejado, o de evitar as capturas incidentais das espécies
junto a pasça de dourado, tunídeos e afins.
Para minimizar a situação e valorizar
a pesca responsável, como também o
pescador, foi criada uma campanha simbolizada com o lançamento do livro
Peixes-de-bico do Atlântico, de autoria dos cientistas Alberto Amorim, Eduardo
Pimenta e da jornalista Christina Amorim.
Diante de todos os problemas
expostos, o ministro propôs a criação do Comitê, em busca de caminhos pacíficos
para resolver a controvérsia. “O ministro deve ouvir a todos e procurar
conciliar uma solução que também atenda a todos”, acrescentou Crivella. O
diretor de Pesca do ICRJ, Lula Bulhões, se mostrou otimista com a proposta de
Crivella. “O ministro foi muito positivo”, afirmou. “É importante conservar o
peixe e toda a economia que é movimentada pela pesca’, acrescentou.
Os
cientistas presentes, o diretor de Assuntos de Meio Ambiente do ICRJ, Marco
Ribas e o pescador Sandro Lahman, da lancha Mermão, também se mostraram
satisfeitos com a atuação de Crivella. O presidente da Ong Vivamar, David
Alhadeff, se mostrou otimista com a pronta solução proposta pelo ministro. Obs - Colaborou no texto Christina Amorim & Gravuras de LFClarck, Cristina
Amorim e Luiz Ricardo.
legal a criação do comitê, gostaria que criasse também o da anchova pois era o peixe que sustentava as famílias de cabo frio, arraial do cabo, Búzios e macaé e hoje nossos estoques estão acabando pois ´ só existe a proibição no sul do pais. alexandre
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