sábado, 6 de abril de 2013

Criado comitê para cuidar da conservação de Peixes-de-Bico no Brasil - por Eduardo Pimenta




Por Eduardo Pimenta


                A criação de um Comitê Permanente de Gestão dos Peixes-de-Bico é importante fórum para discutir a conservação destas espécies no Brasil. A efetivação partiu de uma reunião realizada pelo ministro da Pesca e Aqüicultura, Marcelo Crivella, cientistas e pescadores esportivos na sede do Iate Clube do Rio de Janeiro (ICRJ) em agosto passado. 

Agulhão-vela e Marlim-azul 
Na ocasião, representantes da pesca oceânica, que engloba cerca de 40 mil praticantes no país, denunciaram o declínio acentuado do marlim-azul, marlim-branco e sailfish em águas nacionais. Preocupados com a possível extinção da prática do esporte no país, pediram medidas para reverter essa situação. A pesca esportiva, que movimenta a economia e gera empregos, é quase em sua totalidade feita no sistema de pesque e solte, devolvendo os exemplares ao mar.


tartarugas afetadas
Uma palestra sobre a situação da pesca comercial e esportiva foi feita pelos cientistas Alberto Amorim, do Instituto de Pesca de Santos, Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, e Eduardo Pimenta, pesquisador e professor da Universidade Veiga de Almeida-UVA, campus Cabo Frio-RJ. Uma das causas do declínio é a captura dos peixes-de-bico na região do Rio de Janeiro, pela frota de pequeno porte, composta por mais de 300 barcos, que visa à pesca de atuns e dourados e pega incidentalmente outras espécies, como tartarugas, aves marinhas e peixes-de-bico.

Os marlins e sailfish, também conhecidos como agulhões, são pegos e comercializados a preços irrisórios, pois sua carne não é muito apreciada, em parte por sua consistência rígida. 

Os cientistas mostraram a necessidade de evitar a captura dessas espécies, que estão em acentuado declínio.

marlim azul
A Instrução Normativa Seap no 12/2005 proíbe a comercialização do marlim-branco e azul, porém a medida não tem surtido o feito desejado, o de evitar as capturas incidentais das espécies junto a pasça de dourado, tunídeos e afins. 

Para minimizar a situação e valorizar a  pesca responsável, como também o pescador, foi criada uma campanha simbolizada com o lançamento do livro Peixes-de-bico do Atlântico, de autoria dos cientistas Alberto Amorim, Eduardo Pimenta e da jornalista Christina Amorim.

Diante de todos os problemas expostos, o ministro propôs a criação do Comitê, em busca de caminhos pacíficos para resolver a controvérsia. “O ministro deve ouvir a todos e procurar conciliar uma solução que também atenda a todos”, acrescentou Crivella. O diretor de Pesca do ICRJ, Lula Bulhões, se mostrou otimista com a proposta de Crivella. “O ministro foi muito positivo”, afirmou. “É importante conservar o peixe e toda a economia que é movimentada pela pesca’, acrescentou. 

Os cientistas presentes, o diretor de Assuntos de Meio Ambiente do ICRJ, Marco Ribas e o pescador Sandro Lahman, da lancha Mermão, também se mostraram satisfeitos com a atuação de Crivella. O presidente da Ong Vivamar, David Alhadeff, se mostrou otimista com a pronta solução proposta pelo ministro. Obs - Colaborou no texto Christina Amorim & Gravuras de LFClarck, Cristina Amorim e Luiz Ricardo.



Um comentário:

  1. legal a criação do comitê, gostaria que criasse também o da anchova pois era o peixe que sustentava as famílias de cabo frio, arraial do cabo, Búzios e macaé e hoje nossos estoques estão acabando pois ´ só existe a proibição no sul do pais. alexandre

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