quinta-feira, 20 de março de 2014

Colunista Léo Borges - Na Jogada





Olá pessoal, aqui vai uma coluna sobre a situação da Cabofriense no Cariocão 2014.

Jejum

A quatro rodadas o tricolor praiano não sabe o que é vencer. A última foi no histórico triunfo sobre o Vasco, por 2 a 1, em São Januário, no dia 22/02. Domingo, no dia do jogo contra o Flamengo, o último da fase de classificação, terá completado um mês sem saber o que é vitória. E isso é preocupante.


Estes dados em nada apaga o brilho da pontuação conquistada e pela brilhante campanha feita pelo clube até agora no Estadual. Mas, serve de alerta pelo que pode vir pela frente, pois pode acabar fora das semifinais, o que até então era algo impensável.

Nas últimas três rodadas o time foi a campo sabendo que precisava fazer apenas três pontos que estaria classificado antecipadamente para quinta semifinal de Carioca da sua história. Uma simples vitória era o suficiente. Entretanto, em todas as oportunidades o time falhou. Em nove pontos conquistou apenas dois e viu a chance de conquistar a Taça Rio (destinada ao melhor clube entre os pequenos) ir pelo ralo. Pior, viu escorrer pelos dedos 250 mil reais, premiação destinada ao campeão.

Jogo decisivo

Depois de não fazer seu papel em três jogos, restou à chance de buscar a classificação contra o Flamengo, no Maracanã, o que todos não queriam. Contra os grandes o tricolor praiano jogou muito bem (duas vitórias e um empate). Todos os jogadores gostam de jogar contra os times de camisa, pois além de aparecer na TV para milhares de pessoas, são os jogos que “empregam”, como diz na gíria dos boleiros. A motivação é extra. Mas, esquecem que o jogo contra o rubro-negro vale os mesmos três pontos do que contra o Volta Redonda, Friburguense e Audax.

O Flamengo não deve jogar com seus titulares, pois acredito que o treinador Jayme de Almeida vai poupar o time inteiro, ou pelo menos boa parte dos atletas, já que nesta quarta o time sobe a montanha, vai jogar em La Paz, a 3.600 metros de altitude, contra o Bolívar, pela Libertadores. Mas, um dado nada animador é que o Flamengo mesmo com os reservas foi muito bem neste campeonato. Jogou seis jogos com os suplentes e teve cinco vitórias e um empate. Desempenho muito bom e que preocupa, já que mesmo o rubro-negro poupando seus atletas, os reservas vêm dando conta do recado.

Alexandre Barroso
Tudo pode acontecer. Podemos ganhar ou empatar, já que contra os grandes o time tem outra postura, ou até mesmo perder, pois o time reserva do Flamengo na minha visão é superior ao da Cabofriense. Uma coisa que me preocupou neste último jogo contra o Audax foi ter sentido a equipe ansiosa pra definir a classificação e principalmente pressionada para conquistar tal fato. Isso foi mencionado pelo treinador Alexandre Barroso na entrevista pós-jogo, ele também detectou esse problema e disse que o principal no trabalho da comissão técnica nesta semana de treinamentos era motivar os jogadores, recuperar a confiança perdida. Não éramos para estar passando por isso, pois o elenco da Cabofriense é bastante experiente. 


Sinceramente, eu continuo acreditando muito na classificação. Além do mais o Boavista vai ter uma parada dura contra o Bangu, pois o time comandado pelo meu amigo Mário Marques vai jogar para vencer, já que ainda pode ser campeão da Taça Rio. O que nos resta é torcer. Se não conseguirmos fazer a nossa parte, que pelo menos o Bangu apronte pra cima do Verdão de Saquarema. 
Falando taticamente...

Para este jogo contra o Flamengo acredito que o time poderia ter algumas mudanças no time titular. Realmente até hoje não entendi o porquê de a equipe jogar com três volantes, no esquema 4-3-1-2. Contra os grandes tudo bem, pois quer fechar a casinha, mas contra os pequenos não tem necessidade. Quando estava no esquema 4-2-3-1, com dois volantes e três mais, tinha mais organização no meio campo e mais força para chegar ao ataque. 


Os três volantes que estão jogando (Jardel, Silvano e Tijolo) têm como característica ser o primeiro homem a frente da zaga. É assim que o Jardel tem se destacado, foi assim que o Silvano se destacou no ano passado e o Tijolo oito anos atrás. O que mais tem qualidade pra sair jogando e chegar com qualidade no ataque é o Pará, que tem velocidade também e bom chute de fora da área. Infelizmente ele está se recuperando de uma lesão e não sei se tem condições de ser titular domingo. O Carlinhos, outro volante, não é veloz, mais chega bem ao ataque para concluir, tanto que já garantiu duas vezes o triunfo do tricolor praiano no campeonato, contra o Duque de Caxias e contra o Resende, além de ser forte no jogo aéreo.  


No meio, sacaria o Éberson ou o Keninha, que são os dois meias que vem revezando a titularidade. O Éberson é muito bom jogador, mas não está numa fase boa. Apostaria no Têti. Porque não o Têti? ‘Ah, ficou muito tempo parado, não tem ritmo de jogo’, dirá alguns. Mas, como ele vai ter ritmo se não o colocam pra jogar, ao menos entrando nos 20, 15 minutos finais? Em algumas matérias que li, o nosso eterno camisa 10 já estava clinicamente apto a participar das partidas e é uma perda e tanto para o clube, pois ninguém dali tem mais identificação que ele. Além disso, é um jogador extremamente experiente e que tem estrela. Poderia ser muito útil.  Acredito que o Alexandre tenha insistido muito tempo em alguns atletas que não vem rendendo o esperado e poderia ter olhado com mais carinho para o maestro da torcida da Cabofriense. 

Como será difícil colocá-lo em campo, apostaria no meio com dois volantes e três meias. Nos três homens do meio pra frente, os meus escolhidos seriam o Kaká, o Arthur e o Bruno Veiga. Os três são velozes e habilidosos e ajudariam defensivamente, voltando para ajudar na marcação. Vamos jogar no contra-ataque, pois dificilmente o treinador vai querer ir pra cima do Flamengo em pleno Maracanã. Não tem como ter um contra-ataque rápido com três volantes. Com três meias de velocidade essa tarefa fica mais fácil. Assim podemos surpreender o Flamengo e não depender de ninguém para nos classificarmos. 


A Cabofriense foi durante todo esse campeonato um time de futebol pobre (jogou muito abaixo do que pode) e resultados fortes. Deu certo até agora. Dos 14 jogos que vi no máximo em seis jogos o time foi realmente bem, jogou um futebol a altura do elenco de qualidade que tem. Contra o Nova Iguaçu, Duque, Bangu, Resende, Bonsucesso, Volta Redonda, Friburguense e Audax deixou muito a desejar, mesmo assim conquistou pontos, o que realmente interessa. O alento é que dentre os jogos em que foi bem, estão incluído todos os contra os grandes. A expectativa é que domingo isso se repita, pelo menos da minha parte. 


A grande visibilidade e repercussão que o clube teve nessa boa fase pode ter influenciado para esta queda de rendimento. O alerta tá ligado e espero do fundo do meu coração que não se aprenda da pior maneira possível, pois o trabalho feito até agora foi de excelência, desde a diretoria, com o Valdemir e Ramon, dando a melhor estrutura que o time poderia ter, o Garrit e o Édson cuidando do elenco, além do trabalho sério no dia-dia da comissão técnica e jogadores.


Torço muito pelo clube que amo e espero que possamos conquistar essa vaga que vai divulgar ainda mais nossa cidade. Que tudo que foi feito até agora não seja apagado nessa reta final. A direção não merece isso, o time também não, muito menos os torcedores. Vamos com fé e confiantes. Você torcedor, tem papel importante! Provavelmente será disponibilizado ônibus para que a torcida acompanhe o time no Maracanã. Não se esconda, apareça, acompanhe. Todos tem que dar sua parcela de contribuição para que o sonho de estar novamente nas fases finais pode ser alcançado. #euacreditonaclassificação 

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