NOS TRILHOS DO ABANDONO por Bernardo Ariston
É muita cara de pau e falta de
vergonha, chega a ser inacreditável aos olhos das pessoas, a
postura e a arrogância do secretário de transportes do desgoverno Cabral.
O Sr Julio Lopes é até gente boa, mas já deixou bem claro que não
tem vocação para ser político, não gosta de gente, da
gargalhadas da tragédia alheia, também não tem vocação para gerir a secretaria de transportes do Estado, uma vez
que sua gestão é descompromissada e sem vínculos
com os anseios e com as necessidades dos cidadãos
do Rio de Janeiro. Aliás, se ele ainda está lá é porque o desgovernador Sérgio
Cabral não está nem aí para a questão do transporte público e nem aí para a questão da mobilidade urbana.
Entre 2012 e 2013 foram 156
descarrilamentos de trem e só foram aplicadas 14 multas à
concessionária
e ponto, mais nada aconteceu.
Contudo, não
podemos esquecer das chicotadas que o povo levou dos seguranças
da Supervia para entrar nas composições, bem como do segurança
que mordeu a orelha de um passageiro, do trem que circulava pelos trilhos sem
maquinista, das várias vezes que os passageiros tiveram que
caminhar pelos trilhos por causa das panes frequentes, das batidas dos trens em
carros e ônibus nas passagens de nível
por falta de sinalização, das várias
vezes que os trens foram flagrados lotados e circulando com várias
portas abertas, o que ensejou, inclusive, a queda de um passageiro, dos vagões
que as vezes se soltam no meio do trajeto, dos frequentes curto-circuitos na
rede de ramais da concessionária, entre outras situações
que acompanhamos diariamente e que simplesmente ficam esquecidas e sem solução
definitiva, enquanto o povo sofre.
Todavia, o secretário
de transportes, ao invés de fazer gestão
para rever o contrato da concessionária e aplicar sanções
severas, ou até
mesmo propor a cassação da concessão
pelos péssimos
serviços
prestados, pasmem, renovou a concessão por mais 25 anos.
Não
podemos esquecer, também, do bondinho de Santa Teresa, bairro bucólico
e turístico
da cidade do Rio de Janeiro, que tem como um de seus atrativos o próprio
bondinho de passageiros, que é um charme e que sofreu um sério
acidente que vitimou várias pessoas, inclusive levando a óbito
o maquinista, que depois foi acusado pelo secretário
de transportes, de forma covarde, de ter sido o causador da tragédia,
sem ter tido um pingo de culpa sequer, pois o acidente ocorreu devido a falha
mecânica
por ausência
de manutenção no bonde. Isso tudo sem falar no alto preço das tarifas que são pagas diariamente com o suor
de cada cidadão.
Bom, o fato é que o desgoverno Cabral está
descendo ladeira abaixo e deixando claro que o ciclo de poder do PMDB no Rio de
Janeiro está se encerrando da pior maneira
possível. Não bastassem os desmandos e a falta de compromisso com a
coletividade, percebemos nitidamente que há uma grande manobra para
privilegiar os poderosos as custas do sacrifício
da população, deixando o Estado nos
trilhos do abandono. Nada funciona, a saúde é péssima, a educação terrível, as poucas obras são de faixada e de baixa qualidade, a segurança empurra os traficantes para a zona oeste e para o
interior, não tem água e nem energia para o povão
e as explicações são estapafúrdias, é o fim !!!
Assim, lamentavelmente, mais uma vez fomos
obrigados a ver o secretário de transportes, em meio a
uma crise seríssima, dando gargalhadas ao
lado do presidente da Supervia, enquanto 600 mil pessoas, diretamente, tiveram
seu dia prejudicado pela falta de compromisso do poder dominante.
O pior, é que em breve, esse cidadão
vai sair do governo para tentar sua reeleição de deputado federal e o pré candidato do PMDB ao governo continua tentando subir nas
pesquisas as custas de alguns eventos para inglês
ver, ao invés de tentar ajudar a resolver
os problemas. Acorda Rio de Janeiro !!!
*Bernardo Ariston é advogado e radialista. Foi deputado Federal por dois mandatos e apresenta aos sábados o programa Litoral em Ação na 94,5 FM.
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