A ONG Organização para a Defesa do Povo e Missões (ODPPM) realizou a 1ª Passeata de Combate à Violência contra as Mulheres em Maricá. O ato, que aconteceu na última sexta-feira, recebeu o apoio oficial da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, contou com a participação de representantes de outras secretarias, como Segurança Pública e Cidadania, Trabalho e Emprego e Assuntos Federativos, além de representantes de ONGs, como a Marcha Mundial das Mulheres e o Instituto da Mulher.
A concentração foi às 17h, na Rodoviária do Povo de Maricá. O secretário de Direitos Humanos, Miguel Moraes, a subsecretária dos Direitos da Mulher, Luciana Piredda, e a coordenadora de Direitos Femininos da ONG responsável pela passeata, Renata Ratier, falaram em prol das companheiras. A associação de moradores de Inoã enviou representantes em apoio à manifestação, que teve como tema central a necessidade de implantação de uma Delegacia Especializada da Mulher (DEAM) em Maricá. Com palavras de ordem, como “Mulheres na rua, a luta continua”, os manifestantes caminharam pela Avenida Roberto Silveira e pela Rua Ribeiro de Almeida, descendo até a Praça Orlando de Barros Pimentel.
Abaixo-assinado
Carla Giglio, 54 anos, mãe de Débora Giglio, morta há 10 anos pelo marido dentro de casa, era uma das manifestantes presentes. Depois de uma batalha que durou anos na Justiça para ver o assassino de sua filha, um ex-policial militar, condenado e preso, o máximo que Carla conseguiu foi a expulsão do acusado da corporação. “Minha filha não pôde criar seus filhos e o assassino dela continua solto e impune. A justiça brasileira é lenta e desigual em alguns casos”, disse.
A subsecretária Luciana Piredda informou que já existe um terreno doado pela municipalidade para implantação da Delegacia Especializada da Mulher. “O prefeito Washington Quaquá já disponibilizou o terreno e o que precisamos agora é da autorização do governador Sérgio Cabral para a implantação da delegacia. Não é possível que nossas queixas continuem sendo subestimadas”, declarou, acrescentando que a DEAM mais próxima fica a mais de 50 km, em Niterói ou São Gonçalo, o que oferece dificuldades de acesso para vítimas da violência, cujas necessidades são urgentes. “Estamos fazendo um abaixo-assinado para entregar ao governador Sérgio Cabral. Queremos que as autoridades estaduais entendam a urgência da DEAM em Maricá”, completou.
O secretário de Direitos Humanos, Miguel Moraes, fez coro à necessidade da delegacia especializada. “Não faz sentido o discurso de que é preciso comprovar a demanda pela delegacia com uma cota de boletins de ocorrência. Há crimes praticados contra a mulher nesta cidade que ainda não foram punidos, porque este ou aquele criminoso evadiu-se, fugiu do flagrante e anda solto por aí. Nossa cidade precisa de um atendimento especializado e ágil, para que os culpados sejam devidamente julgados e para que a população seja cada vez mais encorajada a denunciar qualquer episódio de violência”, declarou.
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