INTOLERÂNCIA SÓ COM A
FALTA DE RESPEITO
Há poucos dias
aconteceu uma reunião sobre Segurança Pública na Câmara Municipal de Cabo Frio,
na ocasião representando o Grupo Iguais, instituição que presido, tive a
oportunidade de usar a tribuna e denunciei um problema específico que acontece
com alguns indivíduos de nosso segmento em Cabo Frio e, na oportunidade disse:
"Sabemos
que a prostituição não é crime, mas a exploração sexual, sim. Nós que lutamos
contra a homofobia não nos sentimos representados por alguns travestis que
fazem ponto próximo à rodoviária e que estão ligadas ao tráfico de drogas das
áreas como Estradinha e Boca do Mato. Não podemos permitir que essas pessoas,
que muitas vezes vem de fora, maculem uma imagem ou causem imagem errada à
nossa classe que conquistou respeito através de muita luta.”
Confesso que nada tenho
contra a prostituição em si, mas não tolero falta de respeito e nem tão pouco que
práticas ilícitas (leia-se exploração sexual e tráfico de drogas) a todos os
cidadãos sejam realizadas por algumas pessoas do segmento que faço parte, sem
punição.
Nossas lutas e batalhas
travadas nos garantiram respeito e estabilidade junto à sociedade e aos órgãos
públicos de nossa cidade. Um trabalho árduo, de formiguinha, construindo
políticas públicas, apoiando outros movimentos de luta, ocupando os espaços de
poder e visibilidade, nos deram o que hoje podemos bater no peito e dizer que
temos: “PORTAS ABERTAS E DIREITO ADQUIRIDO”.
Portanto, como presidente da instituição
respeitada e articuladora desses direitos que hoje nosso segmento vive, tenho
total direito de não me sentir confortável com a maculação constante dessa
nossa luta que tem sido cometida ali nas proximidades da rodoviária.
Não tenho medo de cara
feia de A ou B, nem tampouco de ameaças. Se tivesse não estaria à frente desta
instituição, pois sei que muitos de vocês sabem o que já fizeram para me
retaliar em vão.
Não vou permitir que
desordens, infortúnios, práticas ilícitas ou qualquer ato isolado ou de alguns
grupinhos dentro da minha cidade (sim, minha, pois eu nasci e fui criado aqui)
manchem a imagem do segmento o qual, modéstia à parte, represento muito bem.
Que cada um viva o seu
direito, respeitando sempre o do próximo, como contrapartida para uma sociedade
mais amigável e equiparadamente justa para ambos os lados.
Rodolpho
Campbell
É Presidente do
Grupo Iguais e
Diretor Regional
da Articulação Brasileira de Gays.
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