Cabo Frio: operação para desocupar calçadas continua e divide opinião

Comilão: área livre de 2m

Teixeira e Souza: abuso total

Guardas implacáveis até com vagas de deficientes

Desde segunda-feira (18), a  prefeitura de Cabo Frio, começou um choque de ordem nas calçadas da cidade.

Os comerciantes que expuseram as mercadorias de forma irregular tiveram seus produtos apreendidos. A administração municipal vem informando através da TV aberta, sobre a fiscalização, desde a última sexta-feira (15) . Muitos alegam que não foram informados oficialmente. 

pedestres driblam obstáculos

Mesmo com o aviso, alguns lojistas foram orientados a recuar um pouco mais os produtos e colocá-los para o interior da loja. Comerciantes também foram notificados sobre os toldos que avançam sobre as calçadas com sustentação no chão e receberam um prazo de oito dias para retirar as coberturas. Quem vendia em barraquinhas em ponto fixo teve o espaço limitado.

Apesar da mudança, a medida está sendo recebida com colaboração, na maior parte dos casos. Para o ex-vereador Fernando Comilão, os comércios dele (Pousada Dom Fernandes e Restaurante Comilão), que sempre foram alvo de críticas, não se enquadram na medida coercitiva, segundo disse, com base na lei orgânica municipal que prevê dois metros de vão livre de calçadas. Mas o empresário ressaltou que se necessário, vai de adequar:

- Meus comércios não se enquadram. Tenho dois metros de área livre para circulação. Mas ainda sim, se a prefeitura achar por bem fazer alterações nós vamos acatar - disse ele.

Alguns comerciantes da Av. Joaquim Nogueira, em São Cristóvão, não consideraram a operação bem vinda. Um proprietário de bar que preferiu não revelar o nome, tentou destruir uma churrasqueira com um pedaço de pau, antes que os fiscais recolhessem. Revoltado gritava "sou trabalhador".

Para o vendedor de automóveis, Claudio Serrasia, que tem loja na Av. Julia Kubitschek, as novas medidas agradaram, embora ele exponha os veículos na porta da loja:

Comerciante de acordo

- Concordo. A cidade estava precisando de um choque de ordem nas calçadas - disse ele.

Quando questionado sobre exposição dos autos, ele ressaltou que caso a prefeitura determine ele removerá:

- Esse espaço que deixamos os carros é o estacionamento do prédio. A calçada fica atrás. Mas se os fiscais mandarem eu retiro na hora. Compreendo a necessidade de colaborar e vou ajudar fiscalizando também os concorrentes - esclareceu Claudio.

Se os comerciantes estão divididos, os pedestres aclamam a medida. Para quem anda a pé, essa iniciativa era inadiável. A auxilar de serviços gerais, Maristela da Silva, que caminhava entre carros exposto na Teixeira e Souza é hora de comemorar:

- Já era tempo! Temos que comemorar. Espero que os comerciantes cumpram - disse ela.

Muito trabalho

Jacaré: desrespeito generalizado

Embora a operação tenha começado com força, a secretaria de Serviços Públicos deverá ter bastante trabalho. Um dos locais mais complicados de organizar será o bairro do Jacaré. 

estacionamento de caminhão

Calçadas pequenas totalmente ocupadas por exposição de produtos. Num determinado trecho, as calçadas servem de estacionamento de caminhões que descarregam em rede de mercados do bairro, impedindo circulação de pessoas e provocando lentidão no trânsito.

Outro local questionado pela população é a lateral da padaria Remar. O proprietário é membro do governo. Na manhã de ontem, não fez a adequação solicitada pelos informes da prefeitura removendo mesas e cadeiras da calçada. Comerciantes do entorno questionavam a situação cobrando igualdade de ação. 

Padaria Remar

Os proprietário de bares estão apreensivos. Para a maioria a decisão de retirar todas as mesas e cadeiras que ficam na área externa (calçadas) vai afetar o movimento.