Fotos Ondas do Peró |
O Conselho Diretor do Instituto Estadual do Ambiente
(Condir) aprovou a criação de uma área de proteção de 300 metros na área
marinha da Praia das Conchas, no Peró, em Cabo Frio , onde biólogos marinhos descobriram
espécies raras em mergulhos feitos no local nos últimos anos. O secretário
estadual do Ambiente, Carlos Minc, que fez a indicação ao Condir, disse que a
medida é provisória até que entre em vigor o plano de manejo do Parque Estadual
da Costa do Sol (PECS).
-- Na próxima reunião da Câmara de Compensação, vamos levar
o projeto para compra de 20 bóias que vão demarcar a área protegida. Aí tudo
será diferente, e a proteção da área estará garantida – disse o secretário.
Na manhã desta quinta-feira, banhistas e ambientalistas
voltaram a denunciar a presença de traineiras fazendo a pesca de isca-viva na
enseada da Praia do Peró, junto ao Morro da Vigia, que divide o Peró da Praia
das Conchas. Na semana passada, a mesma pesca era feita por atuneiros de Santa
Catarina.
O diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas, André Ilha,
disse que os atuneiros e traineiras não estão pescando isca-viva na Praia das
Conchas, mas sim na área de amortecimento provisória do PECS:
-- A zona de amortecimento se estende a todas as áreas com
costões rochosos do parque em Arraial do Cabo, Cabo Frio e Búzios, sempre com a
preocupação de proteger a biota marinha associada a estes costões. Só será
permitida a pesca artesanal de baixo impacto. A industrial é proibida.
A respeito da presença de barcos atuneiros de Santa Catarina
nas praias da Região dos Lagos, o Sindicato dos Armadores e da Indústria da
Pesca de Itajaí e Região esclareceu que a pesca de atum com vara e isca-viva no
Brasil é praticada há mais de trinta anos com uma frota oceânica de 45
embarcações e produz cerca de 30 mil toneladas de bonito listrado. Os atuneiros
fazem pesca oceânica em duas fases: uma de captura da isca-viva, que deve ser
realizada na zona costeira, e outra, após o abastecimento de isca, em alto mar,
onde estão os cardumes de bonito listrado.
Segundo nota do sindicato, a atividade é legal, reconhecida
e licenciada pelas instituições responsáveis pela gestão pesqueira nacional,
como os ministérios do Meio Ambiente e da Pesca, respeitadas as áreas de
restrição legalmente instituídas na legislação ambiental. Afirma ainda que os atuneiros
não praticam pesca predatória por arrasto; a captura é realizada com rede de
cerco, sem arrastar o fundo marinho. Ressaltam, ainda, que as embarcações não
jogam óleo no mar porque obedecem a normas internacionais de recolhimento de
resíduos, tanto líquidos como sólidos, somente descartando-os em terra.
O biólogo marinho Salvatore Siciliano, coordenador do Grupo
de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos (Gemm-Lagos), explicou que
a zona costeira da Região dos Lagos abriga considerável diversidade e
abundância de espécies marinhas que ali se desenvolvem e que dependem de um
frágil equilíbrio ecológico:
-- A captura de pescado nessa região merece ser disciplinada
e manejada de forma a garantir a sobrevivência das espécies. Na área entre
Arraial do Cabo e Búzios, passando por Cabo Frio, ocorrem espécies criticamente
ameaçadas de extinção, como a toninha (Pontoporia blainvillei). Para sua
preservação futura, está sendo discutido com os órgãos ambientais federais e
estaduais a ampliação de algumas unidades de conservação para a área marinha
adjacente, incluindo a zona costeira da região de Cabo Frio e Arraial do Cabo –
disse o pesquisador.
Leia mais sobre esse assunto em
http://oglobo.globo.com/rio/conselho-diretor-do-inea-aprova-criacao-de-area-de-protecao-marinha-em-cabo-frio-7454672#ixzz2JdPJxnbh
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