Personagem da semana
Por Gabriel Tinoco:
Um passe de letra para o ala Fabrício completar para os fundos da rede do Casa de España/Botafogo abriu a contagem para ADDP/Cabo Frio na decisão do Campeonato Carioca de Futsal. O fixo Regufe, autor da assistência, enfim, comemorou mais um título na carreira e deixou definitivamente o nome no esporte da cidade. Ele, em entrevista ao Blog da Renata Cristiane, nos contará mais um pouco dessa história e lembrará passagens por clubes da Região dos Lagos e do exterior. Tudo começou quando o jogador tinha apenas 11 anos.
Regufe joga futsal desde os 11 anos de idade. |
— Entrei na escolinha do Tamoyo com onze anos de idade. Também jogava futebol de campo no 1º de Dezembro. É a paixão do brasileiro . Não tem como uma criança não passar por uma escolinha de futebol. Comigo não foi nada diferente. Aprendi a amar bastante o esporte e me dedicar a ele.
Regufe se ocupava bastante com o esporte favorito. Ao mesmo tempo que era atleta da categoria juvenil do Botafogo, ele atuava também nos gramados com a Cabofriense. A falta de tempo fez com que optasse pelo futebol de campo. No entanto, a vaga na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no curso de educação física não permitia com que continuasse com a vida de esportista.
— Não tive muita escolha. Precisava estudar. Passei raspando. Eram apenas 200 vagas para dois semestres e fiquei com a de número 172. Não poderia deixar essa oportunidade passar. Mas, depois de dois anos e meio voltei para Cabo Frio, onde fiz a escolha da minha vida — relembra ele, rindo.
O projeto para formar um time profissional de futsal do município chamou a atenção de Regufe, que queria fazer parte daquela safra vitoriosa. Ele foi titular na estreia da equipe na Liga Nacional, na partida contra o São Paulo, que recebeu transmissão da Sportv.
O fixo ajeitando a faixa de capitão. |
— Fizemos uma partida boa contra um time muito forte. Estávamos bem tensos no aquecimento. No entanto, fizemos um gol logo no começo e ficamos bem tranquilos depois. O que dava para perceber é que a nossa cidade iria construir uma história muito bonita no futsal. E a previsão se concretizou — conta ele.
Em 2007, veio a conquista do primeiro Campeonato Carioca. A sensação de representar a cidade natal foi incomparável para o fixo.
— Representar Cabo Frio já é um orgulho que todos os moradores deveriam ter. Entramos motivados na competição e isso fez a diferença. Nós éramos zebra. Ninguém apostava na gente. Lembro que vencemos a final contra o Teresópolis e dei duas assistências. Ainda passamos em rede nacional. Comemoramos bastante aquele título.
A transferência para o Bitacos, de Portugal, era mais um desafio na carreira. Regufe fez uma excelente temporada e conseguiu levar um time de menor expressão a ficar entre os oito primeiros colocados. O maior momento pelo time foi uma semifinal contra o poderoso Benfica.
— Foi uma experiência formidável. Conseguimos ficar entre os oito primeiros colocados e éramos de uma cidade minúscula. Ainda chegamos a fazer uma semifinal contra o Benfica e empatamos o primeiro jogo. Lembro-me que, depois, vi dois senhores conversando sobre o jogo no supermercado. Um deles estava jurando que íriamos nos classificar. Eles me reconheceram e me perguntaram quantas chances nós tínhamos. Respondi que era de 5%. Mesmo assim, o que apostou na gente não mudou de ideia — diz ele, que também jogou no famoso Belenenses, mas uma lesão o atrapalhou na passagem pelo clube.
Em 2012, o retorno para a ADDP/Cabo Frio. Muitas conquistas marcaram a volta de Regufe, que tem um carinho especial pelo time. No saldo pela equipe, ele ganhou mais um Carioca e um Estadual. Agora, ele faz parte do grupo que vai jogar na Liga Nacional: principal competição de futsal do país.
Regufe, por mais uma vez, levanta a taça do Carioca. |
— Tenho um carinho muito grande pela ADDP. Quando o time começou, joguei várias vezes lá e morava no Rio de Janeiro. Nesse tempo, criei um vínculo com o clube. Agora, depois de levantar diversas taças e me sagrar como capitão do clube, tudo isso aumentou. Estou muito feliz por fazer parte desse time, que vai entar na história do esporte da nossa cidade. Somos, atualmente, a representação de Cabo Frio a nível nacional — finaliza.
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