Acabou ficando para o dia do aniversário de Sérgio Cabral o que
pareceu ter sido a última reunião da ‘novela’ em que se transformou o fim da
aliança PMDB-PT. Na manhã desta segunda-feira, quando o governador fez 51 anos,
ele e o presidente regional do PT, Washington Quaquá, tomaram um café juntos no
Palácio Guanabara, e o martelo foi batido: depois de sexta-feira não deverá ter
mais nenhum petista no governo.
Quem insistir em ficar, disse Quaquá nesta segunda à tarde,
será “submetido à comissão de ética e estará sujeito a sanções regimentais, que
podem levar até a expulsão”. Quaquá chegou a levar a lista de 400 pessoas que,
nas contas dele, estão na cota do PT nas secretarias do Ambiente e de
Assistência Social e Direitos Humanos, comandadas até agora, respectivamente,
por Carlos Minc e Zaqueu Teixeira.
Mas, segundo o prefeito de Maricá, Cabral disse que as
exonerações ficarão a cargo dos novos secretários, que ainda não foram
escolhidos. Inicialmente sondado para assumir a Assistência Social, o deputado
estadual Pedro Fernandes (Solidariedade) recusou o convite nesta segunda. Sua
prioridade é tentar a reeleição para a Alerj.
Minc: “sem apego ao cargo”
A tensão entre PT e PMDB começou ano passado, quando os dois
partidos indicaram que teriam candidatos ao governo: o senador petista
Lindbergh Farias e o vice-governador Luiz Fernando Pezão. Como o PT foi aliado
de Cabral desde sua primeira eleição, em 2006, o ‘divórcio’ demorou porque
ainda havia a esperança de que fosse formada uma única chapa.
Mas a esperança morreu, e a pá de cal na convivência entre
as duas legendas foi o PT anunciar que deixaria o governo em 28 de fevereiro e
não em 31 de março, que é a data de saída de Cabral para Pezão assumir o
governo. Irritado, o governador anunciou que iria exonerar todos os petistas na
sexta-feira. Mais irritado, Quaquá decidiu entregar os cargos “imediatamente”,
determinando que os petistas saiam por iniciativa própria e não fiquem no
governo depois da saída de Minc e Zaqueu.
De férias na Bahia, Minc disse, por torpedo: “sempre
acompanharemos as decisões do PT. Voltarei para a Alerj. Sem apego ao cargo.”
Zaqueu, que também deve voltar para a Alerj, tem hoje reunião com Cabral. Na
secretaria corre o boato de que ele vai pedir ao governador que só tire seu
cargo e deixe os funcionários empregados, mesmo sendo da cota do PT.
Fonte: O Dia
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