terça-feira, 22 de outubro de 2013

Carros da Guarda Municipal na pista podem ter causado acidente em Maricá

Fotos: João Henrique/Maricá Info




O piloto Pablo Eduardo Nóbrega afirmou nesta terça-feira (22/10), em entrevista a Inter TV RJ, que precisou arremeter sua aeronave na pista de Maricá, no litoral do Rio de Janeiro, na tarde de segunda-feira (21/10), cerca de 15 minutos antes do acidente com o bimotor que causou a morte do juiz Carlos Alfredo Flores da Cunha e do piloto Adelmo Louzada de Souza.

"Estava fazendo um voo de Guarapari (ES) para Maricá. Chegando em Maricá, ingressei no circuito normal, aproximando a aeronave, e avistei dois carros na interseção, entrando um pouco na pista. Vendo os dois carros, tivemos que arremeter, porque não sabíamos a intenção dos carros. Se iam entrar na pista ou não. Arremeti, fiz um novo circuito e realizei um pouso mais curto, para não haver colisão. Após o pouso, ingressei no angar da Aeronáutica, que é o último, e eles (carros da Guarda Municipal de Maricá) entraram na pista atrás de mim", disse o piloto, que não presenciou o acidente com o bimotor PT-KGK, mas afirmou ser comum a entrada de veículos na pista do aeródromo de Maricá.

Também nesta terça-feira, o dono de uma escola de aviação da cidade, Luiz Sérgio Guimarães, alegou que veículos da Guarda Municipal ficam em alguns pontos da pista, colocando as manobras dos pilotos em risco.
A Prefeitura de Maricá, por meio de nota enviada a emissora, negou a informação e ressaltou que as viaturas da GM ficam em pontos afastados, sem interferir nas atividades aéreas.
Também segundo a nota, a Prefeitura de Maricá tem competência, delegada pela Secretaria de Aviação Civil, para impedir qualquer operação técnica ou administrativa no aeroporto. Isso não inclui interdição da pista, que sempre continuou aberta para pousos e decolagens.
"A informação sobre bloqueio de pista é absolutamente inverídica e improcedente, e só pode ser creditada a interesses contrariados pela ação do poder público na retomada de um espaço ocupado, há anos, de forma irregular. Como o aeroporto é um bem sob a administração municipal, a prefeitura tem a prerrogativa de controlar as áreas contiguas à pista, o que inclui os acessos e o pátio de manobras. Os carros da Guarda Municipal circulam apenas nesses locais, que não estão sob controle da ANAC", diz a nota.
A prefeitura também informou que os veículos da Guarda Municipal sempre ficaram e continuarão posicionados nas proximidades dos prédios, 24h por dia, exercendo a função de controle patrimonial e de segurança das instalações, em pontos afastados justamente para que a atividade não interfira na utilização da pista, que é atribuição da Anac.
A prefeitura afirma que, como se trata de um aeródromo e não de um aeroporto em Maricá, não é exigido que o complexo tenha torre de controle ou qualquer instrumentação de auxilio à navegação e comunicação por rádio. Pousos e decolagens são realizados normalmente, apenas pelo visual, após o nascer do sol e até o por do sol, sem que haja qualquer contato entre piloto e terra.
Fonte: G1/Região dos Lagos

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