sábado, 15 de dezembro de 2012

Peró em Cabo Frio e Tucuns em Búzios estão entre as melhores praia do Estado segundo INEA


Peró estre as limpas
Por LUDMILLA DE LIMA


RIO - Localizadas longe de points badalados como o Posto Nove e o Pepê, Prainha e Grumari são rainhas absolutas quando o assunto é natureza e águas claras. O título é testado e aprovado: segundo o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), a dupla, juntamente com o Recreio, possui o mar mais limpo do Rio. Elas saem na frente graças às correntes favoráveis e ao verde de duas unidades de conservação (os parques naturais da Prainha e de Grumari) que as protege.

A pedido do GLOBO, o Inea elaborou uma lista — com base nos boletins de balneabilidade dos últimos 3 anos — com as praias mais limpas do estado. Elas são o tema da primeira reportagem do Verão Rio 2013, uma realização do Globo, em parceria com a Orla Rio, e patrocínio da Skol, do Boticário, da Mormaii Relógios, da prefeitura do Rio e da Riotur, com apoio da Americanas.com.

No Rio, Prainha, Grumari e Recreio foram classificadas como excelentes pela presidente do instituto, Marilene Ramos, por estarem próprias para banho em mais de 95% do tempo. A água é considerada imprópria para banho quando atinge mais de mil coliformes fecais por 100 mililitros. O Recreio, apesar da crescente ocupação imobiliária, entrou no grupo das melhores, com seus 2,8 quilômetros de praia, incluindo o trecho preservado da Reserva.

Peró divisa com Conchas
Outras praias fluminenses também são consideradas excelentes. Marilene diz que o estado tem mais de dez que passaram esses três anos 100% próprias. Fazem parte do seleto grupo as praias de Tucuns, em Búzios, pouco frequentada devido ao mar violento; Peró e Foguete, duas joias ainda sem sombra de poluição em Cabo Frio; Saco do Céu, santuário ecológico na Ilha Grande; a Praia do Meio, uma pequena baía em Trindade, e São Gonçalo, em Paraty, muito procurada por suas águas calmas e transparentes.

Tucuns em Búzios
A Prainha é velha conhecida dos surfistas, que, nos anos 60 e 70, gostavam de espalhar que o lugar abrigava um leprosário, na tentativa de mantê-lo isolado. Mas a chegada da estrada, nos anos 80, abriu caminho para a galera sem prancha. Hoje, os frequentadores da região ainda encontram um ambiente com características selvagens e areia de ótima qualidade — como atesta o último boletim da Secretaria municipal de Meio Ambiente —, mas que conta com certo conforto.

O local ainda proporciona altas ondas. Morador do Recreio, o surfista Alexandre Andrade dá a dimensão do pico:

— Aqui na Prainha sempre tem onda. Se na Zona Sul dá um metro, aqui dá dois. Na Prainha é sempre o dobro!

Com seus 600 metros de extensão, a Prainha é zen. Entre o mar praticamente sem poluição e uma serra coberta de verde, parece que nem faz parte do Rio.

— A Prainha é 100% natureza — define o surfista Ian Michahelles, de 24 anos, morador do Jardim Botânico.

Alguns “locais”, como José Alla, da Associação de Surfistas e Amigos da Prainha, dizem, no entanto, que há dias em que a sujeira do Canal do Rio Morto, no Recreio, é levada pelas correntes e acaba manchando aquele pedaço de paraíso. Só que agora a limpeza da água é exigência para que a Bandeira Azul — selo dado a praias que contam com educação e informação ambiental, qualidade da água, segurança e gestão ambiental — continue hasteada. Em 1º de dezembro, o lugar recebeu o certificado internacional.

— O bom é vir cedo. Quando está muito quente, o acesso de carros é fechado às 9h30m. Só entram pedestres e bicicletas. Mas há o projeto de trazer a ciclovia da Macumba até aqui — diz a gestora do Parque Municipal da Prainha, Rosana Junqueira. — O diferencial é estar dentro de uma unidade de proteção integral. A natureza faz parte dela, e a balneabilidade é excelente durante o ano todo.

As obras da ciclovia começam no segundo semestre do ano que vem, segundo a Secretaria municipal de Meio Ambiente.

Quem também está cortejando a Bandeira Azul é Grumari, a candidata da vez ao selo. A praia, de 2,8 quilômetros, ainda conta com pouca infraestrutura. No chamado cantinho, há barracas de pescadores que servem peixes e oferecem banheiros improvisados.

— Aqui você se sente mais perto da natureza, observa as aves marinhas e tem privacidade — diz Margareth Vaz, que sai do Catete para o cantinho de Grumari.

A praia é plural:

— Tem o cantinho de Grumari, mais cheio. Tem o meio, mais deserto, e esse ponto aqui perto do Abricó, para quem quer descanso. E tem ainda o espaço do nudismo no Abricó — explica Simoni Mendes, de 34 anos, moradora de Campo Grande e fã de Grumari.

Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/


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