Peró estre as limpas |
RIO - Localizadas longe de points badalados como o Posto
Nove e o Pepê, Prainha e Grumari são rainhas absolutas quando o assunto é
natureza e águas claras. O título é testado e aprovado: segundo o Instituto
Estadual do Ambiente (Inea), a dupla, juntamente com o Recreio, possui o mar
mais limpo do Rio. Elas saem na frente graças às correntes favoráveis e ao
verde de duas unidades de conservação (os parques naturais da Prainha e de
Grumari) que as protege.
A pedido do GLOBO, o Inea elaborou uma lista — com base nos
boletins de balneabilidade dos últimos 3 anos — com as praias mais limpas do
estado. Elas são o tema da primeira reportagem do Verão Rio 2013, uma
realização do Globo, em parceria com a Orla Rio, e patrocínio da Skol, do
Boticário, da Mormaii Relógios, da prefeitura do Rio e da Riotur, com apoio da
Americanas.com.
No Rio, Prainha, Grumari e Recreio foram classificadas como
excelentes pela presidente do instituto, Marilene Ramos, por estarem próprias
para banho em mais de 95% do tempo. A água é considerada imprópria para banho
quando atinge mais de mil coliformes fecais por 100 mililitros. O Recreio,
apesar da crescente ocupação imobiliária, entrou no grupo das melhores, com
seus 2,8 quilômetros
de praia, incluindo o trecho preservado da Reserva.
Peró divisa com Conchas |
Outras praias fluminenses também são consideradas excelentes.
Marilene diz que o estado tem mais de dez que passaram esses três anos 100%
próprias. Fazem parte do seleto grupo as praias de Tucuns, em Búzios, pouco
frequentada devido ao mar violento; Peró e Foguete, duas joias ainda sem sombra
de poluição em Cabo Frio ;
Saco do Céu, santuário ecológico na Ilha Grande; a Praia do Meio, uma pequena
baía em Trindade, e São Gonçalo, em Paraty, muito procurada por suas águas
calmas e transparentes.
Tucuns em Búzios |
A Prainha é velha conhecida dos surfistas, que, nos anos 60
e 70, gostavam de espalhar que o lugar abrigava um leprosário, na tentativa de
mantê-lo isolado. Mas a chegada da estrada, nos anos 80, abriu caminho para a
galera sem prancha. Hoje, os frequentadores da região ainda encontram um
ambiente com características selvagens e areia de ótima qualidade — como atesta
o último boletim da Secretaria municipal de Meio Ambiente —, mas que conta com
certo conforto.
O local ainda proporciona altas ondas. Morador do Recreio, o
surfista Alexandre Andrade dá a dimensão do pico:
— Aqui na Prainha sempre tem onda. Se na Zona Sul dá um
metro, aqui dá dois. Na Prainha é sempre o dobro!
Com seus 600
metros de extensão, a Prainha é zen. Entre o mar
praticamente sem poluição e uma serra coberta de verde, parece que nem faz
parte do Rio.
— A Prainha é 100% natureza — define o surfista Ian
Michahelles, de 24 anos, morador do Jardim Botânico.
Alguns “locais”, como José Alla, da Associação de Surfistas
e Amigos da Prainha, dizem, no entanto, que há dias em que a sujeira do Canal
do Rio Morto, no Recreio, é levada pelas correntes e acaba manchando aquele
pedaço de paraíso. Só que agora a limpeza da água é exigência para que a
Bandeira Azul — selo dado a praias que contam com educação e informação
ambiental, qualidade da água, segurança e gestão ambiental — continue hasteada.
Em 1º de dezembro, o lugar recebeu o certificado internacional.
— O bom é vir cedo. Quando está muito quente, o acesso de
carros é fechado às 9h30m. Só entram pedestres e bicicletas. Mas há o projeto
de trazer a ciclovia da Macumba até aqui — diz a gestora do Parque Municipal da
Prainha, Rosana Junqueira. — O diferencial é estar dentro de uma unidade de
proteção integral. A natureza faz parte dela, e a balneabilidade é excelente
durante o ano todo.
As obras da ciclovia começam no segundo semestre do ano que
vem, segundo a Secretaria municipal de Meio Ambiente.
Quem também está cortejando a Bandeira Azul é Grumari, a
candidata da vez ao selo. A praia, de 2,8 quilômetros ,
ainda conta com pouca infraestrutura. No chamado cantinho, há barracas de
pescadores que servem peixes e oferecem banheiros improvisados.
— Aqui você se sente mais perto da natureza, observa as aves
marinhas e tem privacidade — diz Margareth Vaz, que sai do Catete para o
cantinho de Grumari.
A praia é plural:
— Tem o cantinho de Grumari, mais cheio. Tem o meio, mais
deserto, e esse ponto aqui perto do Abricó, para quem quer descanso. E tem
ainda o espaço do nudismo no Abricó — explica Simoni Mendes, de 34 anos,
moradora de Campo Grande e fã de Grumari.
Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/
As de Arraial do cabo são as melhores.
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