quinta-feira, 14 de junho de 2012

Concurso da Prefeitura de Rio das Ostras é suspenso após Ação Cautelar proposta pelo MPRJ






O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por intermédio da 1ª e da 2ª Promotoria de Tutela Coletiva de Macaé, obteve na Justiça liminar que suspende o VI Concurso Público do Município de Rio das Ostras, após constatação de diversas irregularidades na aplicação do certame. A Ação Cautelar Preparatória proposta pelas Promotorias ainda obteve a suspensão de eventuais pagamentos previstos à Fundação Roberto Trompowsky Leitão de Almeida, organizadora contratada sem licitação, e a abstenção da homologação do concurso.

A ação é preparatória para uma Ação Civil Pública (ACP) e foi proposta em face de Município de Rio das Ostras, Fundação Roberto Trompowsky Leitão de Almeida, Rio das Ostras Previdência (Ostraprev) e Fundação Rio das Ostras de Cultura (FRC), após a Ouvidoria-Geral do MPRJ receber centenas de reclamações referentes a irregularidades praticadas durante o concurso. De acordo com informações das Promotorias, a futura ACP poderá ter como objeto a anulação parcial ou total do concurso, bem como eventual pedido de condenação nas penas da Lei de Improbidade Administrativa, a depender do aprofundamento das investigações. A Ação Cautelar foi subscrita pelos Promotores de Justiça Luiz Fernando Amoedo e Rafaela Dominguez Figueiredo Ramos.

Ainda de acordo com as Promotorias, as primeiras reclamações registradas na Ouvidoria-Geral do Ministério Público foram sobre as constantes alterações nas datas de aplicação das provas. O horário dos exames de dois cargos, por exemplo, foi modificado com apenas uma semana de antecedência da realização do certame. O texto da ação narra que a interposição de recursos também foi alvo de queixas dos candidatos, uma vez que a organizadora estabeleceu somente um local para o recebimento, o protocolo da Prefeitura, e deveria ser entregue pelo próprio candidato em horário comercial, em curto espaço de tempo após a publicação dos resultados. 

A Promotora Rafaela Dominguez informou que, entre as irregularidades mais graves, está a utilização de provas idênticas de conhecimentos específicos em exames cuja aplicação se deu em horários distintos, o que fere a isonomia, a competição e a moralidade administrativa, princípios norteadores do concurso público. Em relação a esse problema, os réus manifestaram, em reunião realizada no Ministério Público, a intenção de apenas anular as referidas questões, o que, segundo o texto da ação, “resultaria em violação direta ao edital, vez que, neste caso, não estaria sendo cobrado o conteúdo previsto no instrumento do certame”. Informados pelo MPRJ da violação, optaram pela anulação das provas que apresentaram o problema aplicadas no turno da tarde.

Segundo os Promotores, após pesquisas, ficou constatado que diversas questões foram plagiadas de outros concursos. Em alguns casos, a prova inteira foi copiada, como por exemplo a de conhecimentos específicos de Professor de História, integralmente retirada dos exames aplicados pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, no concurso de 2001, e pela Prefeitura Municipal de Resende, no certame de 2007. Outros cargos tiveram os mesmos problemas.

Os candidatos aos cargos de Procurador Municipal e Procurador Municipal Autárquico, ao realizarem a prova discursiva também enfrentaram complicações. “De acordo com os representantes, em que pese as provas serem discursivas, foram distribuídos aos candidatos cartões-resposta para marcação de questões objetivas. Assim os candidatos ficaram sem ter onde responder as questões”, narra trecho da ação.

A ação ainda relata que não houve fiscalização eficiente do uso de aparelhos eletrônicos, como celulares; número de fiscais era insuficientes; foi permitido o ingresso de candidatos após o início das provas; desrespeito ao horário previsto para o fechamento dos portões; e houve utilização de cartões de resposta passíveis de fraude. “A expressiva quantidade de representações narrando os fatos listados chamou a atenção do Ministério Público. Da leitura das denúncias, a impressão que se tem é que a desorganização foi expressiva no curso da fase de aplicação de provas”, informou Rafaela Dominguez.

A Promotoria informou ainda que houve uma grave deficiência na publicidade do concurso. Nos dias 1º e 7 de junho foram publicados os resultados parciais, mas não as notas dos candidatos. Mesmo sem a publicação das notas, o que impediu os candidatos de interpor recursos, o concurso seguiu com as próximas fases, como convocação dos candidatos para as provas práticas e entrega de títulos.

Os réus ainda podem recorrer da decisão.

11 comentários:

  1. Constatei várias dessas irregularidades narradas no seu texto no dia que fiz minha prova. O abusrdo dos absurdos aconteceu quando minha namorada fez a prova de professor I ( 1ª a 4ª série),na hora de entregar a provas - elas vieram no envelope lacrado, tudo bonitinho como tinha que ser - porém duas pessoas não compareceram para fazer a prova e exatamente 2 provas vieram faltando dentro do envelope "que veio lacrado". Isto foi um forte sinal de fraude neste concurso. Pena que os candidatos por ingenuidade não pediram os nomes dos dois faltantes, pois provavelmente estariam com seus nomes na lista de aprovados. Mas o que esperar de um prefeito que está no cargo sob liminar? Este concurso pode ter sido uma tentativa do prefeito de efetivar suas boquinhas.

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  2. mas então coo que fica as pessoas que fizeram o concurso .

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  3. Constatei várias dessas irregularidades no dia que fiz a prova. O absurdo dos absurdos aconteceu no dia que minha namorada fez para professor I (1ª a 4ª série), as provas vieram no envelope lacradas como tinha que ser, porém na sala na qual ela se encrava para realizar a prova faltaram 2 pessoas e quando a fiscal rasgou o "envelope lacrado", exatamente 2 provas vieram faltando. Pena foi a ingenuidade dela e a dos outros candidatos que não pediram a fiscal os nomes dos 2 faltantes, pois provavelmente seus nomes estariam na lista de aprovados. Ta mais do que na cara que este prefeito que se mantêm no cargo por uma liminar está tentando colocar para dentro suas boquinhas políticas. ESTE CONCURSO É UMA FRAUDE! Denunciei tudo que vi de irregular pelo site do MP-RJ e acho que boa parte está no texto dessa cautelar.

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  4. Não falei renata, mês atras eu mandei um comentário pro seu blog, indignada com a falta de informação para os candidatos dessa porcaria de concurso..porque eles nao atendem telefone, não responde emails, uma falta de respeito, agora eu tive que por meu emprego em risco, pedir pra ser dispensada do trabalho, gastei 190,00 reais fora passagens..enfim, é muita sacanagem, e eu passei, tirei uma boa nota tinha possibilidade de entrar pois eram 300 vasgas.. e minha amiga que ainda foi melhor que eu que acertou 32 de 40..e agora...muita sacanagem....

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  5. Em relação a fiscalização do uso de aparelhos eletrônicos, para mim foi o cúmulo do absurdo, a fiscal da minha sala só "lembrar" de recolher os aparelhos eletrônicos quando estava faltando 15 minutos para o começo da prova (nisso já tinha quase a metade da turma), não sabia dizer se precisava preencher o campo do número da inscrição, ela estava totalmente perdida e ainda sozinha.
    Eu nunca vi um concurso tão desorganizado. Pelo valor do concurso era para ser impecável.

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  6. na sala onde fiz minha prova tbm, a fiscal não sabia responder nenhuma das perguntas feitas pelos candidatos. Não foram recolhidos os celulares nem pedido para serem desligados ou silenciados. Fora o atraso. Questões com possibilidades de mais de uma resposta correta. No edital não consta datas e prazos de etapas seguintes à realização da prova. Ninguém sabe afinal quando seria publicado o resultado final do concurso. Chamaram para apresentar títulos sem publicar nota nem classificação dos candidatos, a fundação não atende telefonemas nem responde aos e-mails, funciona numa casa no bairro Liberdade sem identificação apropriada.. e uma série de outras coisas.. Eu tirei uma nota muito boa e seria muito possível de ser chamada dentro das vagas.. e agora essa notícia, é muita sacanagem.. Pelo preço que foi a inscrição, tinha que estar correndo tudo perfeitamente!

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  7. Depois de tanta confusão, o melhor seria a anulação do concurso. Estou até hoje sem saber a minha nota na prova de professor de 1ª ao 5º ano. Tudo muito obscuro infelizmente.

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  8. ISSO E CONVERSA FIADA DE QUEM NÃO PASSOU EU PASSEI ESTOU SENDO PREJUDICADO POR ALGUNS FRACASSADOS

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  9. ISSO E CONVERSA FIADA DE QUEM NÃO PASSOU EU PASSEI ESTOU DESEMPREGADO E AQUELES QUE PREJUDICADO POIS EU NÃO TENHO CULPA DO FRACASSO DE ALGUNS

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  10. por probidade (se é que existe para eles) o melhor é o um novo cronograma de provas que infelizmente lesará diversas pessoas de boa fé, porém dificultará uma possivél formação de quadrilha por parte de possíveis bandidos.

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  11. TENHO PLENA CONVICCAO QUE O CONCURSO SERA HOMOLOGADO, UMA VEZ QUE AS ACUSAÇÕES LEVANTADAS NAO TEM NENHUM FUNDAMENTO COMPROBATÓRIO. MUITO ME IMPRESSIONA UM PROMOTOR PUBLICO DEIXAR SE LEVAR PELO COMENTARIOS DE PESSOAS QUE FRACASSARAM AO FAZEREM AS PROVAS. ELE TEM QUE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO OS QUE SE EMPENHARAM E CONSEGUIRAM SER APROVADOS E QUE AGORA ESTAO PASSANDO POR ESSA AFLIÇÃO.

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