Pensando a
violência
Na última
sexta-feira, por engano, acabou sendo repetido o artigo publicado uma semana
antes. Por isso, os leitores da Folha acabaram não podendo acompanhar minhas
idéias sobre a questão da violência, que havia sido tema de debate em audiência
pública promovida pelo mandato do deputado estadual Jânio Mendes. E como há
algum tempo, por volta do meio dia da sexta-feira, envio o material para o blog
da jornalista Renata Cristiane, assim o fiz, sem saber o que havia ocorrido.
Por isso, o artigo também não foi publicado nos dias posteriores, pois já não
era mais inédito.
E como
tinha prometido voltar ao tema nessa semana, faço aqui um rápido resumo do que
falei na sexta passada. Em linhas gerais, o que foi dito é que os comerciantes
que pagam segurança privada a quem já é pago com nossos impostos para fazer o
mesmo serviço prefere silenciar sobre o assunto. E que a nossa legislação para
as drogas está totalmente equivocada quando aposta na repressão. E isso vem
gerando mais e mais violência.
A saída
óbvia e nada interessante para as bandas podres da política e da polícia (cada
dia maiores) é a educação. É assustador ver o nível das “galeras” que se reúnem
nas noites de domingo para os bailes funks da vida. Se espremer, não sai nada.
A visão deles já está distorcida (e isso aqui na região ainda é menos grave do
que acontece na capital e cidades grandes) por um fenômeno chamado elogio da
bandidagem. Os tais “proibidões” são os que fazem mais sucesso entre eles e as
arruaças, com direito a arremesso de lixo, canos de descarga de motocicletas em
disparo e muita pancadaria são cenas pra lá de comuns.
Não tem
educação em casa, não tem educação na escola e vira alvo fácil de uma cultura
que se convencionou a se chamada no Brasil de “lei do Gerson” aquela que “gosta
de levar vantagem em tudo”. Fura fila, desrespeita o próximo, pratica bullyng
com o coleguinha mais fraco e se começar a ter contato com as drogas, rapidinho
já estará também com uma arma na mão. A proibição da primeira leva fácil à
segunda.
Já há pelo
menos duas gerações perdidas por esse fenômeno e os culpados são, sem dúvida
alguma, os nossos governantes. Aqui, no Rio de Janeiro, desde o tempo do
saudoso Darcy Ribeiro, que idealizou os Cieps, nada se fez pela educação a não
ser lançá-la ladeira abaixo. O preço pago por isso é alto demais e sem querer
ser vingativo, mas já sendo, seria bastante interessante se o problema batesse
à porta da casa dos culpados em formato vivo.
Não vejo
solução a curto prazo, mas podemos amenizar as coisas no momento com idéias
simples como não contribuir com formação de milícias, lutar por mudanças na legislação das drogas, tirando a
questão das mãos da polícia e fazer a nossa parte em casa, ensinando aos
filhos, sobrinhos e netos uma coisinha básica que é o respeito ao outro. E
tentar expandir isso para as escolas. Será que somos capazes ainda?
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