sábado, 25 de fevereiro de 2012

Artigo do Renato Silveira: Enfim, começa 2012



Enfim, começa 2012

Dizem que o ano no Brasil começa de verdade na segunda-feira depois do Carnaval e, segundo uma piadinha que já circula na rede, começou aquele intervalinho insuportável entre a folia e as festas de fim de ano. Se isso for mesmo verdade, as previsões para 2012 estão pra lá de sombrias e não precisamos de nenhum babalorixá para constatar isso.

Vejamos por exemplo o caso do Rio de Janeiro, onde o prefeito Eduardo Paes já anunciou que teremos uma das maiores epidemias de dengue da história, teoria repetida por um dos responsáveis pelo controle da doença em uma das cidades da Região dos Lagos. Como assim, gente? Quer dizer que quem é pago por nós para evitar esse tipo de coisas assume publicamente a incompetência e nada acontece?

Como a temporada de chuvas de verão ainda não começou, exceção para a tal zona de convergência que manteve a metade do mês de janeiro com o céu cinzento, temo pelas enchentes e alagamentos que irão acontecer com as águas de março, que também deverão colaborar para o recrudescimento da epidemia. Entra ano e sai ano e as cidades continuam e deverão continuar por muito tempo despreparadas para as forças da natureza, boa parte disso por culpa dos dirigentes.

Quem sobreviver a epidemia de dengue e às enchentes, deverá encarar também uma eleição municipal, que pela primeira vez acontecerá sob a égide da Lei da Ficha Limpa. Essa parece ser uma boa noticia, mas não é assustador verificar que em cidades como São Pedro da Aldeia e Arraial do Cabo  todos os principais candidatos poderão estar impedidos de registrar a candidatura e nas outras cidades, o cenário, se não se repete, é bastante semelhante?

Aliás, o ano conforme os brasileiros ainda nem começou e a baixaria já rola solta na pré-campanha, principalmente na grande rede, onde os pré-candidatos se engalfinham não diretamente, mas através de assessores e colaboradores, com os blogs e as redes sociais. Os ataques são da cintura para baixo e alguns são de um nível tão baixo que faz a gente pensar até aonde essas pessoas iriam para eleger os seus líderes. Mas isso sem entregar-lhes uma arma na mão. Aí já seria perigoso demais.
Quando começar a campanha e for instalado o fantástico mundo de Bob (quem assistiu ao desenho sabe o que é, quem não, pesquisa na internet), vamos ver e ouvir, pelo rádio e TV ou, nas cidades pequenas, nos carros de som e comícios, aquelas promessas que nunca serão cumpridas e só servirão para encher nosso saco, bem na hora em que a gente estava no nosso lazer assistindo ao programa favorito.

Caso sobrevivamos a tudo isso, dizem que o mundo acaba no dia 21 de dezembro, data em que o calendário da civilização maia não é mais renovado. Não posso assegurar se essa previsão está certa, mas não duvido nem um pouco das outras acima. De toda forma, o cenário descrito é bem parecido com o de um apocalipse, não é mesmo?


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