Uma greve
complicada
Desde a
meia noite de hoje, os agentes de segurança pública do Rio de Janeiro (Polícia
Militar, Polícia Civil e Bombeiros) estão em greve. Escrevo
essas linhas antes do movimento começar e corro o risco (na minha visão, muito
pequeno) de me equivocar e nada disso acontecer. Como a paralisação é dada como
certa, só nos resta esperar para ver que bicho vai dar e quem tem a sua fé,
seja em Jesus, nos Orixás, em Buda, Alá ou qualquer outra entidade, o melhor a
fazer é rezar para que a encrenca não seja tão grande.
Não quero
aqui entrar nos aspectos legalistas do movimento, se militar pode ou não fazer
greve, se o reajuste reivindicado teria de ser incluído no Orçamento e
portanto, não pode mais ser concedido esse ano ou se conceder aumento a uma
categoria de servidores feriria o princípio da paridade e todo o funcionalismo
teria direito ao que fosse dado aos grevistas. Tudo isso poderia ser contornado
porque nossos policiais e bombeiros realmente ganham muito mal e merecem
tratamento melhor por parte do Estado que tem a segunda maior arrecadação do
país.
Ocorre que
o governador do Estado é Sérgio Cabral Filho, que parece muito mais interessado
em fazer política, no pior sentido da palavra, do que governar. E suas
declarações sobre o tema até agora soam como a de um alienado. É inacreditável
que ele fique repetindo que o movimento é conduzido por meia dúzia e que a
maior parte da corporação não vai aderir. As ruas, que ele parece não conhecer
mais, estão dizendo o contrário.
Mas Sérgio
Cabral não será vítima dessa greve. Se o bicho pegar, ele se manda para Paris,
de onde não devia sair mais. A população é que vai ter de conviver, sem defesa,
com a bandidagem, os maus policiais e toda uma série de encrencas que se
multiplicam quando lembramos que estamos ás vésperas do Carnaval, época em
que consumo exagerado de álcool e outras
drogas liberam o que há de melhor e pior nos seres humanos.
Na Região
dos Lagos, a situação piora porque a população quintuplica nessa época e a
mistura de turistas de boa e má procedência sempre fez com que o comando da PM
e Bombeiros pedisse reforço. Agora, nem se fala nisso. Anuncia-se uma festa pra
lá de perigosa.
No dia a
dia, a coisa vai ficar tensa também. Aqueles bandidinhos que não entram nas
casas para furto e roubo por medo de ser denunciado para 190 por vizinhos, sem
o serviço, vão deitar e rolar. A casa do governador não será vítima disso.
Assaltos a mão armada vão aumentar e, como na Bahia, o número de homicídios,
que já não é pequeno, pode bater recorde.
Acredito
ser pra lá de justa as reivindicações das categorias, mas o que os grevistas
deveriam entender é que esse tipo de movimento sequer faz cócegas em Sérgio Cabral Filho
e sua tropa. A vítima, mais uma vez, será a população. Que tal fazer uma greve
ao contrário, trabalhando mais, com tolerância zero? Burlou a lei, cana. Não
interessa quem fosse. Isso sim ia incomodar. Já imaginou quanta gente graúda ia
parar em Bangu?
PARABÉNS PELA MATÉRIA RENATO, SEMPRE COM SENSIBILIDADE PARA CAPTAR E TRANSMITIR COM CLAREZA EBJETIVIDADE A NOTÍCIA !!! ESSE GOVERNADOR SE ACHA O REIZINHO, SEMPRE ACIMA DO BEM E DO MAL !!!
ResponderExcluirÉ exatamente o que penso e venho dizendo.
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