sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Coluna do Renato Silveira da Folha dos Lagos



*Minha lábia de camelô da 25 conseguiu convencer nosso ilustre jornalista Renato Silveira da Folha dos Lagos a colaborar com nosso BlogPara você que não comprou o jornal e é fã dos artigos dele, agora, no Blog Repórter Renata Cristiane, semanalmente, Renatão da Folha!

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A tragédia anunciada

Desde o final do ano passado, quando ensaiamos uma epidemia de dengue em todo o Estado do Rio de Janeiro, falava-se que a situação iria piorar e muito com a chegada desse verão que se aproxima. Naquela ocasião, o vírus tipo 4 começava a se instalar e os casos da doença se multiplicaram, chegando ao auge por volta de abril. Veio o frio, as incidências diminuíram (mas em nenhum momento deixaram de existir) e o assunto ficou esquecido. Agora, todos falam que vão correr atrás do prejuízo, mas pode ser tarde.

O fato de termos uma incidência pequena de casos durante o inverno é que mantém a doença viva para o verão. Mas assim que o assunto sai da mídia, as ações de combate aos focos do mosquito Aedes Aegypti diminuem, preparando o terreno para a epidemia. Os prognósticos são assustadores.

Segundo especialistas, teremos o cruzamento de dois vírus nesse verão. O tipo 4, que se estabelecerá com mais força do que na última epidemia e o tipo 1, que volta para atacar a geração a qual não foi apresentado na primeira visita. Isso significa que, teoricamente, a pessoa pode ser infectada por dois vírus ao mesmo tempo, agravando ainda mais a já perigosa doença. Ou pior, ficar bom de um tipo e pegar outro na seqüência, transformando o fígado do sujeito, se sobreviver, em água.

Outro dia, ouvi de uma pessoa que trabalha no combate aos focos de mosquito que o correto seria que os agentes de Saúde fizessem apenas uma visita domiciliar, explicassem os procedimentos e nunca mais voltassem ao local. Isso seria perfeito na Suécia ou Noruega. Aqui, com a população preocupada em garantir a comida do dia seguinte, sem chance de funcionar.

A equipe de agentes de combate aos focos do Aedes, na minha visão, não pode ser limitado aos funcionários da prefeitura. A sociedade tem de participar junto e envolver as escolas, Ongs, Associações de Moradores, todo mundo fazendo trabalho voluntário, não apenas no verão, mas durante o ano todo, para que quando a temporada de chuvas chegar, não existam mais casos da doença, impedindo assim que os mosquitos se contaminem e transmitam o vírus.

Pode parecer utopia, mas somente com mobilização social é que vamos eliminar esse flagelo que já tirou e ainda vai tirar (sinistro) muitas vidas. Mas a sociedade precisa acordar mesmo, porque se o que as autoridades na área da Saúde estão dizendo acontecer mesmo, vamos chorar lágrimas de sangue nesse verão.

A hora é de cada um cuidar de seu quintal e também do vizinho. E cobrar das autoridades um trabalho efetivo de combate aos focos, principalmente nas casas que ficam fechadas a maior parte do ano, que são um problema sério, já que muitas delas tem piscina, sem falar nos vasos sanitários destampados.Um link entre a Saúde e o setor de IPTU, para que sejam contactados os proprietários de tais residências, pode ser uma boa saída. A hora de agir já passou. Só nos resta tentar amenizar a tragédia anunciada.

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