*Minha lábia de camelô da 25 conseguiu convencer nosso ilustre jornalista Renato Silveira da Folha dos Lagos a colaborar com nosso Blog. Para você que não comprou o jornal e é fã dos artigos dele, agora, no Blog Repórter Renata Cristiane, semanalmente, Renatão da Folha!
Comemorando os 12 mil acessos em apenas duas semanas! Obrigada amig@s!
A tragédia
anunciada
Desde o
final do ano passado, quando ensaiamos uma epidemia de dengue em todo o Estado
do Rio de Janeiro, falava-se que a situação iria piorar e muito com a chegada
desse verão que se aproxima. Naquela ocasião, o vírus tipo 4 começava a se
instalar e os casos da doença se multiplicaram, chegando ao auge por volta de
abril. Veio o frio, as incidências diminuíram (mas em nenhum momento deixaram
de existir) e o assunto ficou esquecido. Agora, todos falam que vão correr
atrás do prejuízo, mas pode ser tarde.
O fato de
termos uma incidência pequena de casos durante o inverno é que mantém a doença
viva para o verão. Mas assim que o assunto sai da mídia, as ações de combate
aos focos do mosquito Aedes Aegypti diminuem, preparando o terreno para a
epidemia. Os prognósticos são assustadores.
Segundo
especialistas, teremos o cruzamento de dois vírus nesse verão. O tipo 4, que se
estabelecerá com mais força do que na última epidemia e o tipo 1, que volta
para atacar a geração a qual não foi apresentado na primeira visita. Isso
significa que, teoricamente, a pessoa pode ser infectada por dois vírus ao
mesmo tempo, agravando ainda mais a já perigosa doença. Ou pior, ficar bom de
um tipo e pegar outro na seqüência, transformando o fígado do sujeito, se
sobreviver, em água.
Outro dia,
ouvi de uma pessoa que trabalha no combate aos focos de mosquito que o correto
seria que os agentes de Saúde fizessem apenas uma visita domiciliar, explicassem
os procedimentos e nunca mais voltassem ao local. Isso seria perfeito na Suécia
ou Noruega. Aqui, com a população preocupada em garantir a comida do dia
seguinte, sem chance de funcionar.
A equipe de
agentes de combate aos focos do Aedes, na minha visão, não pode ser limitado
aos funcionários da prefeitura. A sociedade tem de participar junto e envolver
as escolas, Ongs, Associações de Moradores, todo mundo fazendo trabalho
voluntário, não apenas no verão, mas durante o ano todo, para que quando a
temporada de chuvas chegar, não existam mais casos da doença, impedindo assim
que os mosquitos se contaminem e transmitam o vírus.
Pode
parecer utopia, mas somente com mobilização social é que vamos eliminar esse
flagelo que já tirou e ainda vai tirar (sinistro) muitas vidas. Mas a sociedade
precisa acordar mesmo, porque se o que as autoridades na área da Saúde estão
dizendo acontecer mesmo, vamos chorar lágrimas de sangue nesse verão.
A hora é de
cada um cuidar de seu quintal e também do vizinho. E cobrar das autoridades um
trabalho efetivo de combate aos focos, principalmente nas casas que ficam
fechadas a maior parte do ano, que são um problema sério, já que muitas delas
tem piscina, sem falar nos vasos sanitários destampados.Um link entre a Saúde e
o setor de IPTU, para que sejam contactados os proprietários de tais residências,
pode ser uma boa saída. A hora de agir já passou. Só nos resta tentar amenizar
a tragédia anunciada.
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