terça-feira, 11 de março de 2014

Região dos Lagos lança plano para recuperar a Mata Atlântica



Com uma das menores coberturas vegetais do estado por causa da especulação imobiliária, 12 municípios da Região dos Lagos e da Baixada Litorânea serão beneficiados com o Plano de Recuperação e Conservação da Mata Atlântica, que será lançado na manhã desta quarta-feira (12), em Iguaba Grande.

Na primeira fase, serão investidos R$ 1 milhão num levantamento completo do que restou da mata nos municípios, que integram o Consórcio Intermunicipal Lagos-São João. (CILSJ). Os recursos são do Fundo Brasileiro para a Biodivervidade (FUNBIO).

Segundo o secretário-executivo do CILSJ, Mário Flávio Moreira, o plano que será lançado hoje é incentivado pelo Ministério do Meio Ambiente e a Região dos Lagos é a segunda do estgado (a primeira foi o Noroeste) contemplada com os recursos. A equipe técnica que fará o levantamento da região, em 12 meses, é formada por técnicos do Inea e do CILSJ. Eles vão levantar o que foi degradado e as prioridades para recompor a cobertura vegetal de toda a região, que envolve Casimiro de Abreu e Silva Jardim que, ao contrário da Região dos Lagos, ainda conserva boa cobertura vegetal.
Mário Flávio (d) e Túlio (e)

-- O levantamento poderá levar a abertura de novos parques para garantir a proteção integral da Mata Atlântica ainda existente ou em recuperação. Resta muito pouco em cidades com Búzios e Cabo Frio, as mais visadas pela especulação imobiliária. Há necessidade de se criar novas unidades de conservação e de se plantar mais árvores – disse Moreira.

Os ambientalistas da Região dos Lagos reclamam que a devastação ambiental aumentou após a desativação do Batalhão Florestal da Polícia Militar, que tinha duas unidades na Região dos Lagos. Além das queimadas, criminosas ou não, áreas de vegetação nativa, principalmente na Área de Proteção Ambiental do Pau-Brasil, em Cabo Fio, continuam sendo devastadas para construção de casas e condomínios. A derrubada das árvores em geral acontece nos fins de semana. A guarnição de polícia ambiental mais próxima fica em  Niterói, a 120 quilômetros de distância.

-- As pessoas imaginam que Mata Atlântica são árvores enormes. Não é bem assim. A vegetação de restinga também faz parte da Mata Atlântica e é um dos biomas mais agredidos na Região dos Lagos, principalmente na alta temporada.

Na próxima terça-feira, na reunião da Câmara Técnica de Saneamento da Região dos Lagos, um grupo de ambientalistas vão pedir urgência no saneamento da região do Peró, que está para receber mais um hotel na orla e ainda não conta com esgotamento sanitário apesar da sua importância para o turismo e pesquisa científica de animais marinhos. Sem saneamento, há risco do esgoto chegar à praia, apontada como uma das mais limpas do litoral fluminense.

Fonte: http://oglobo.globo.com

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