segunda-feira, 24 de março de 2014

Policial civil é acusado pelo MP por envolvimento com traficantes do RJ

Ele foi até carro de traficantes que estava apreendido; em seguida, perícia descobriu compartimento secreto no veículo

Reprodução G1.com

Um policial civil, acusado de ter envolvimento com traficantes do Complexo de Lins, no Rio de Janeiro, será ouvido pela Justiça nesta segunda-feira (24) no Fórum de Cabo Frio. Esta vai ser a última audiência do processo aberto pelo Ministério Público Estadual. O policial é acusado pelo MP de ter entrado ilegalmente em um carro que foi apreendido após operação contra o tráfico de drogas no segundo distrito de Cabo Frio. Segundo a denúncia do Ministério Público, o policial foi ao depósito e pediu a chave do veículo, que foi apreendido no ano passado com Maycon Luís Barbosa, o MK, apontado pela polícia, na época, como chefe do tráfico do Complexo de Lins. Na ocasião, um segundo veículo também foi apreendido e o traficante foi preso com mais cinco homens e uma mulher.

A atitude do policial foi muito suspeita, segundo o MP, já que ele foi até o depósito da Guarda Municipal de Cabo Frio, um mês depois da apreensão, com outros dois homens, pedindo para que um guarda, que fazia a segurança do local, lhe entregasse a chave do veículo dos traficantes. Ele alegou que precisava procurar uma carteira funcional no interior do automóvel que tinha deixado cair durante a ocorrência. No entanto, o policial acusado pelo MP não estava de plantão e não participou da apreensão inicial. Portanto, não teria como ter perdido a carteira no veículo.

O guarda municipal pediu autorização para o responsável do depósito, que permitiu a entrega da chave do veículo. De acordo com a denúncia, o agente da polícia, ''acompanhado de mais dois comparsas ainda não identificados, adentrou o depósito público e abriu o veículo, utilizando a chave para destravar eletronicamente o mesmo''. Segundo os funcionários do local, o policial demorou um bom tempo antes de sair do carro. A denúncia diz ainda que ''após vasculhar o interior do automóvel, foi realizada a alteração da chave original do veículo''. Uma chave diferente, que não era a do carro apreendido, foi devolvida para o guarda municipal.

Após a ida do agente até o carro, peritos foram ao local e constataram que a chave entregue pelo policial não funcionava nem para abrir o carro eletronicamente e nem para dar a partida. O veículo teve que ser rebocado para que a perícia fosse realizada. Segundo o Ministério Público, também foi constatada "a existência de um compartimento secreto, escondido atrás do encosto do banco traseiro, o qual era supostamente acionado por um dispositivo eletro-mecânico, sendo encontrado no interior deste compartimento um pequeno pedaço de tablete e 272 sacolés, ambos de maconha''.

Uma das suspeitas é que algo que estava dentro do compartimento secreto tenha sido levado. Existe uma hipótese, ainda não confirmada, de que uma grande quantidade de dinheiro, jóias e drogas estivesse no local.

Ainda de acordo com a denúncia, após os fatos ''denota-se ínclita (notável) certeza da organização criminosa existente entre todos os denunciados, de forma que exercem atividades escalonadas (designadas) no tráfico de drogas''.

Segundo a assessoria da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, o policial trabalha na área administrativa na capital, e vai continuar no cargo até uma definição da Justiça. O MP ressalta que o policial é réu no mesmo processo que levou a prisão em flagrante dos traficantes, em setembro do ano passado, que ainda aguardam pelo julgamento.

Fonte: G1

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