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Um policial civil, acusado de ter envolvimento com traficantes do Complexo de Lins, no Rio de Janeiro, será ouvido pela Justiça nesta segunda-feira (24) no Fórum de Cabo Frio. Esta vai ser a última audiência do processo aberto pelo Ministério Público Estadual. O policial é acusado pelo MP de ter entrado ilegalmente em um carro que foi apreendido após operação contra o tráfico de drogas no segundo distrito de Cabo Frio. Segundo a denúncia do Ministério Público, o policial foi ao depósito e pediu a chave do veículo, que foi apreendido no ano passado com Maycon Luís Barbosa, o MK, apontado pela polícia, na época, como chefe do tráfico do Complexo de Lins. Na ocasião, um segundo veículo também foi apreendido e o traficante foi preso com mais cinco homens e uma mulher.
A atitude do policial foi muito suspeita, segundo o MP, já que ele foi até o depósito da Guarda Municipal de Cabo Frio, um mês depois da apreensão, com outros dois homens, pedindo para que um guarda, que fazia a segurança do local, lhe entregasse a chave do veículo dos traficantes. Ele alegou que precisava procurar uma carteira funcional no interior do automóvel que tinha deixado cair durante a ocorrência. No entanto, o policial acusado pelo MP não estava de plantão e não participou da apreensão inicial. Portanto, não teria como ter perdido a carteira no veículo.
O guarda municipal pediu autorização para o responsável do depósito, que permitiu a entrega da chave do veículo. De acordo com a denúncia, o agente da polícia, ''acompanhado de mais dois comparsas ainda não identificados, adentrou o depósito público e abriu o veículo, utilizando a chave para destravar eletronicamente o mesmo''. Segundo os funcionários do local, o policial demorou um bom tempo antes de sair do carro. A denúncia diz ainda que ''após vasculhar o interior do automóvel, foi realizada a alteração da chave original do veículo''. Uma chave diferente, que não era a do carro apreendido, foi devolvida para o guarda municipal.
Após a ida do agente até o carro, peritos foram ao local e constataram que a chave entregue pelo policial não funcionava nem para abrir o carro eletronicamente e nem para dar a partida. O veículo teve que ser rebocado para que a perícia fosse realizada. Segundo o Ministério Público, também foi constatada "a existência de um compartimento secreto, escondido atrás do encosto do banco traseiro, o qual era supostamente acionado por um dispositivo eletro-mecânico, sendo encontrado no interior deste compartimento um pequeno pedaço de tablete e 272 sacolés, ambos de maconha''.
Uma das suspeitas é que algo que estava dentro do compartimento secreto tenha sido levado. Existe uma hipótese, ainda não confirmada, de que uma grande quantidade de dinheiro, jóias e drogas estivesse no local.
Ainda de acordo com a denúncia, após os fatos ''denota-se ínclita (notável) certeza da organização criminosa existente entre todos os denunciados, de forma que exercem atividades escalonadas (designadas) no tráfico de drogas''.
Segundo a assessoria da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, o policial trabalha na área administrativa na capital, e vai continuar no cargo até uma definição da Justiça. O MP ressalta que o policial é réu no mesmo processo que levou a prisão em flagrante dos traficantes, em setembro do ano passado, que ainda aguardam pelo julgamento.
Fonte: G1
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