SACRIPANTAS
Augusto Ariston
A administração pública do Estado do Rio de Janeiro foi
tomada por falsos profetas.
Prometiam maravilhas mas não se contentavam só em
vender esperanças, falavam mal dos governos anteriores, como se tivessem sido
eles os responsáveis pelas demandas não atendidas da população. Traçavam
paralelos entre o passado e o presente, fazendo comparações pontuais, e ainda
atribuíam as diferenças negativas, quando existiam, a comportamentos pouco
éticos dos antecessores. Escondiam do povo que participaram dos governos
anteriores, e pior ainda, não só dos dois últimos, mas de todos os governos
desde 1985. Em uns como partido que venceu a eleição para governador, em outros
como força auxiliar, ou base aliada. Mandaram esses anos todos, direcionando a
aplicação dos recursos públicos, dirigindo a máquina administrativa do estado e
colhendo os louros de cada governo na renovação de seus mandatos. Nesta
administração bateram todos os recordes da insensatez e da falta de escrúpulos.
Os acontecidos trágicos não são frutos somente da ineficiência, mas
principalmente da ganancia e da ambição. Não esqueçamos as mortes do bondinho
de Santa Teresa, da Cedae e nos hospitais da rede pública. Não falemos dos mil
mortos em Petrópolis, Teresópolis e Friburgo. Esse é outro capítulo, um dia
voltarei a ele.
Sacripantas, foram desmascarados pelas ruas.
Brevemente serão condenados pelas consciências livres do
povo e rejeitados nas urnas. Aí se esconderão no seu mundinho de ricos, com
vergonha do povo, sem poder se apresentar em público para evitar as vaias. Nem
um suco de laranja tomarão impunimente num boteco, serão apontados por todos.
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