OS PLUTOS DO RIO por Augusto Ariston

Plutocracia: dominação da classe capitalista, detentora dos meios de produção, circulação e distribuição de riquezas, sobre a massa proletária, mediante um sistema político e jurídico que assegura àquela classe o controle social e econômico.

Que são e quem são os PLUTOS? Serão membros da família do cão Pluto, personagem do Walt Disney? Não, não são esses. O cão Pluto é um cachorro maneiro, engraçado, arteiro. Os Plutos do Rio de Janeiro são uma malta que se apoderou através de artifícios e dissimulações do aparelho estatal. Esses titulares do poder constituíram o governo dos ricos, para os ricos, pelos ricos, organizando uma PLUTOCRACIA. Abandonaram o nosso povo. Traíram os seus compromissos e suas propostas de lutarem pelo bem comum. Só pensam nos seus interesses e nos da minoria abonada. Há um detalhe perverso, antes de serem governo eram classe média e hoje se tornaram milionários. 

E como isso aconteceu? É simples de explicar: eles não tinham estrutura psicológica e formação de caráter para assumirem posições de mando, e num passe de mágica foram capturados pela elite econômico/financeira e abduzidos pelos encantos da burguesia, tornaram-se reféns dos valores patrimonialistas e vaidoso penetraram no mundo dos símbolos e das marcas, num sonho absurdo de grandeza, como se isso representasse o paraíso. Abandonaram o atendimento das necessidades básicas do povo em troca de negociatas escabrosas, visando encher os seus embornais, os seus alforges, seus cofres e esconderijos com o dinheiro que desviaram do Estado. São finórios vigaristas e enganadores. Trabalham com a mídia, vendendo um falsa imagem de competência gerencial, quando tudo que fizeram foi enganar a massa desassistida. A saúde pública é um descalabro. A educação é uma piada, a mobilidade urbana é um nó cego. 

Enquanto acumulam, se entregam ao espetáculo deprimente de orgias e grifes. Madona aqui, Steve Wander alí, Madise Square Garden lá, e alhures, a farra dos guardanapos, aos pés da Torre Eiffel. Usam sapatos de sola vermelha da marca Loubutim de mais de dez mil reais, e ainda debocham de todos, pousando para fotografias com os pés levantados. Se vestem com os mais caros estilistas do mundo e se cobrem de joias. Frequentam Nova Iorque e Paris como quem vai passar um fim de semana com a família em Araruama. Peralvilhos, aproveitadores, assistem as desgraças naturais com centenas de mortos sem esboçar um mínimo de compaixão, de solidariedade. Andam cercados de seguranças em carros de luxo, em aviões e helicópteros privados. Formam uma sucia, uma choldra. Cevados no whisky, champague e caviar, levam vida de novos ricos. Pretendem ser chiques, refinados, mas na realidade são cafonas, bregas. Brilho...muito brilho, plumas e paetês, é assim a vida dos Plutos.

Hoje no mundo vivemos tempos diferentes e exemplos marcantes. O Presidente do Uruguai, Pepe Mojica, doou setenta por cento do seu salário de Presidente para o tesouro de seu país e vive uma vida regrada e simples como a vida do seu povo. O Papa Francisco abdicou dos luxos da igreja Católica e vive como um franciscano. Prega o santo homem uma igreja para os pobres. Enquanto isso, os Plutos esbanjam. Poderiam protagonizar um programa de TV: os RICOS, para concorrer com o programa “MULHERES RICAS”. Alcançariam sucesso imediato, pois são mais exóticos, caricatos e extravagantes, mas com um detalhe, seriam os mais repudiados e ridicularizados da televisão. E agora, surge uma frase que traduz a vontade popular: “FORA OS PLUTOS”.

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