sexta-feira, 8 de março de 2013

Violência contra mulher continua implacável: homem matou mulher barbaramente, será julgado dia 19.


irmã da vítima

Por Diogo Reis

Três anos e nove meses depois do crime, Alexandro Freitas Duque, 36, finalmente, vai responder pelo homicídio duplamente qualificado da recepcionista da Apae, Roberta de Araújo. O julgamento acontecerá no fórum de Cabo Frio, no próximo dia 19, às 10h, e será aberta ao público.

O crime do dia 2 de junho de 2009 chocou a cidade. Alexandre, ex-marido de Roberta Araújo, 28, à época, motivado pela rejeição, foi à casa da vítima a matou com inúmeras facadas e golpes de chave de fenda. Ela foi trancada dentro da própria casa e não conseguiu se comunicar com a família porque teve a garganta cortada. A ex-recepcionista da Apae foi encontrada   cerca de 48h horas depois pela família.

– Nossa família, principalmente ela, vivia sob constantes ameaças. Ele não aceitava a separação. Até o próprio filho já foi alvo. O Alexandro foi muito frio. Disse para nós que ia visitar o “amorzinho” (Roberta Araújo) dele. Eles estavam separados. Depois de matá-la, ele nos contou que ela não estava em casa. No dia seguinte, depois da ausência no trabalho, começamos a procurar e, então, entramos ela morta – conta, comovida, Tereza, mãe da vítima.

“Ainda vou pegar um por um”

Segundo a mãe da vítima, Tereza Araújo, 49, a relação da filha com o marido era turbulenta e, antes do assassinato, havia histórico de agressão. Inclusive, na presença do filho, hoje, com 11 anos.

– Ele já havia ameaçado ela com faca antes. Nunca foi uma pessoa equilibrada, a relação deles sempre foi tumultuada e ele já agredia ela antes, mas não conseguíamos denunciá-lo, justamente pelas constantes ameaças – conta Tereza.

O maior receio da mãe e da família é sofrer retaliação caso Alexandro seja absolvido. Nu-ma das audiências do processo, Tereza conta que sofreu nova ameaça.

– A retaliação é certa, se ele for absolvido. Isso não pode acontecer. Nunca tivemos contato direto, mas, em uma das audiências, mesmo longe de mim, ele apontou para cada pessoa da família presente e falou: “ainda vou pegar um por um” – conta.

Alexandre Freitas Duque era segurança do estúdio Projac, da TV Globo, em Jacarepaguá, Rio de Janeiro, e aguarda julgamento em regime fechado. Ele está preso na 72ª DP (São Gonçalo).

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