Reportagem Folha dos Lagos
Delegado encerra inquérito e indicia empresário que atirou em funcionário por homicídio doloso
As quatro testemunhas da morte de Bruno Fernandes Pereira de Oliveira, 19, foram ouvidas, nessa quarta-feira (23), pelo delegado de Cabo Frio Sérgio Lorenzi. Mas a versão das pessoas que estavam na casa de Wiliam Ronald Pomeroy Júnior, 42, o Russo do Açaí, que atirou e matou Bruno, na madrugada de anteontem, não aliviou a situação do empresário. Já que, para o delegado, as testemunhas afirmaram que não presenciaram o momento do tiro e, portanto, não podiam afirmar se o mesmo fora acidental, conforme relatara o empresário.
Russo foi transferido para o sistema prisional de Bangu, na zona oeste do Rio. De acordo com o delegado, o empresário e mais cinco funcionários estariam na casa de Russo, na Rua Florisbela Rosa da Penha, no Braga, quando ouviram batidas na porta.
– As testemunhas confirmaram o barulho, mas todos disseram que apenas Russo saiu da casa. Ninguém soube explicar como Bruno foi parar na cena do crime. Todos relataram apenas que chegaram no local após ouvirem o barulho do tiro – disse o delegado.
Sérgio Lorenzzi disse também que o proprietário da arma, que matou Bruno, foi identificado. Mas, tal informação não vai alterar o inquérito.
– Mandamos um ofício para o quartel dos Bombeiros em Cabo Frio, para que o militar venha à delegacia esclarecer o motivo da arma estar com Russo no dia do crime. Mesmo com a declaração do Bombeiro, a situação do empresário não vai ser alterada. Ele será indiciado por homicídio doloso, que é quando há intenção de matar – esclareceu.
Com isso, a Polícia Civil encerrou as investigações e o processo agora corre na Justiça.
O caso – Bruno Fernandes Pereira de Oliveira, 19, deu entrada na Unidade de Pronto Aten-dimento do Parque Burle (UPA), em Cabo Frio, por volta da uma hora da manhã de terça-feira vítima de um tiro na testa. Em estado grave, a vítima não resistiu ao ferimento e morreu. O autor do disparo foi Wiliam Ronald Pomeroy Junior, 42, o Russo do Açaí, que levou Bruno para a UPA e lá confessou o crime, alegando que o tiro fora acidental.
Russo, ainda na UPA, contou aos policiais que estava na casa dele, no bairro Braga, em uma confraternização com Bruno e mais quatro pessoas, quando, de porte de um revolver calibre 38, saiu da residência para verificar barulhos na porta da residência, atirando acidentalmente na cabeça da vítima.
O empresário foi autuado em flagrante no artigo 121, crime de homicídio, e encaminhado para a carceragem de Arraial do Cabo, sendo transferido ontem para o Complexo Presidiário de Bangu, zona oeste do Rio. A polícia apreendeu a arma com seis munições intactas nas dunas de Cabo Frio, onde Russo, ao tentar se livrar das provas, jogou. Segundo Wiliam, a arma seria de um bombeiro que teria esquecido, durante o fim de semana, na loja de açaí, propriedade do acusado. Ele, no entanto, não soube informar o nome do bombeiro.
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