sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Superintendência de Defesa Sanitária do Estado proíbe a realização da XXII Expolagos de Araruama




 Por conta do recente diagnóstico da doença de Mormo no estado do Rio de Janeiro, a Superintendência Estadual de Defesa Sanitária proibiu, através de ofício, a realização da XXII Expolagos, evento que tradicionalmente acontece no mês de setembro mas que, este ano, por conta do período eleitoral, seria realizado nesta segunda quinzena de outubro.
- Fomos notificados desta proibição no dia 13 de agosto. Como, este ano, a Expolagos foi transferida para outubro por conta da lei eleitoral, achamos que até a data da realização, que seria nesta segunda quinzena, a situação estaria resolvida. Mas fomos informados de que a proibição continua mantida por tempo indeterminado – informou o prefeito André Mônica.
No documento, o chefe do Núcleo de Defesa Agropecuária de Araruama (órgão vinculado à Secretaria Estadual de Agricultura e à Superintendência de Defesa Sanitária do Estado), Waldyr Pessanha Júnior, pede que a Secretaria Municipal de Agricultura de Araruama tome as providências necessárias quanto ao cancelamento do evento, e solicita apoio do Ministério Público para garantir que todas as medidas judiciais cabíveis sejam tomadas de forma a impedir a realização da Expolagos, “inclusive com utilização de força policial, se for o caso”, tendo em vista “mantermos a sanidade dos equinos em nossa região e ainda, a fim de evitarmos transtornos futuros”. A preocupação se dá pelo fato de que a doença de Mormo pode ser facilmente transmitida dos animais para os seres humanos.
Desde que foi diagnosticada, em julho, num haras em Teresópolis, a doença de Mormo foi responsável pelo cancelamento de vários outros eventos agropecuários em todo o Estado do Rio, entre eles em Aperibé, Cachoeira de Macacú, Duas Barras, Itaguaí e Campos dos Goytacazes. Em Minas Gerais, onde outros casos suspeitos surgiram, vários eventos também foram cancelados.

O que é a doença de Mormo?

O Mormo ou lamparão, é uma doença infecto-contagiosa dos eqüídeos, causada pelo Burkholdelia mallei, que pode ser transmitida ao homem e também a outros animais. Manifesta-se por um corrimento viscoso nas narinas e a presença de nódulos subcutâneos, nas mucosas nasais, nos pulmões, gânglios linfáticos, pneumonia, etc. Os animais contraem o mormo pelo contato com material infectante do doente: pus, secreção nasal, urina ou fezes.
Os sintomas mais comuns são a presença de nódulos nas mucosas nasais, nos pulmões, gânglios linfáticos, catarro e pneumonia. A forma aguda é caracterizada por febre de 42ºC, fraqueza e prostração; pústulas na mucosa nasal que se transformam em úlceras profundas com uma secreção, inicialmente amarelada e depois sanguinolenta; intumescimento ganglionar e dispnéia. A forma crônica apresenta-se na pele, fossas nasais, laringe, traquéia, pulmões, porém de evolução mais lenta, pode apresentar também localização cutânea semelhante à forma aguda, porém mais branda.
A mortalidade dessa doença é muito alta, tanto em animais como em pessoas contaminadas. Por isso, aos primeiros sinais de Mormo, algumas medidas devem ser imediatamente tomadas:
• Notificação imediata à Defesa Sanitária (mesmo em caso de contaminação humana)
• Isolamento da área da infecção e isolamento dos animais suspeitos (o mesmo vale para contaminação de humanos)
• Sacrifício dos que reagiram positivamente à mesma prova repetida após dois meses
• Cremação dos cadáveres no próprio local e desinfecção de todo o material que esteve em contato com os mesmos
• Desinfecção rigorosa dos alojamentos
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