quarta-feira, 28 de março de 2012

MARINAS PÚBLICAS-NÃO SÓ UM LUGAR PARA BARCOS


Texto e Foto de Antônio Angelo

As marinas públicas não são somente um local para  barcos conforme a maioria das pessoas pensam. Mais de 50% dos visitantes em marinas chegam por terra e a maioria não possuem barcos. Ali vão para descontrair, observar o mar e as atividades náuticas que fascinam o imaginário humano, uma massa consumidora que não pode ser ignorada, representando um promissor nicho de mercado a espera de políticas públicas e privadas  de ofertas e serviços.

Um bom exemplo dos benefícios da criação de núcleos náuticos pode ser observado no Estado de São Paulo, onde a Secretaria de Esporte, Lazer e Turismo desenvolve o  projeto Navega São Paulo. O projeto utiliza as boas práticas náuticas como ferramenta de inclusão social para estudantes da rede pública de ensino com oficinas de remo, vela e canoagem. Os resultados impressionam e descobrem novos valores para o esporte nessas modalidades, nossos futuros medalhistas anônimos, que dificilmente seriam descobertos sem o projeto.
A criação de núcleos náuticos absorve  mão de obra capacitada e oferece espaço para mais formação profissional. Estima-se que existam 44,3 milhões de pescadores esportivos,  que movimentam $ 41,5 bilhões em vendas, $ 7,3 bilhões em taxas e impostos e geram 1.068.046 empregos diretos e indiretos, totalizando $ 116 bilhões  segundo a American Sportfishing  Association.
Considerando o atual cenário náutico na Região dos Lagos, onde não temos nenhuma marina com capacidade de absorver um evento de porte internacional e até mesmo nacional relevante. As que temos mais próximas estão localizadas em Arraial do Cabo e Armação dos Búzios que apresentam entraves logísticos graves, seja administrativo ou de calado para embarcações. Há de se pensar que algo urgente deve ser feito para reverter esse quadro, sob risco de definitivamente ficarmos de fora desse excelente mercado, gerador de emprego e renda, associado a um turismo de qualidade e sustentável, pois os esportistas amantes do mar, jamais agridem o ambiente marinho ou dulcícola que desfrutam.
A situação regional se agrava quando observamos a nossa Lagoa de Araruama subutilizada em relação a essa questão. É inadmissível que a maior lagoa hiper salina do mundo fique renegada a um segundo plano em relação ao turismo náutico de grandes eventos e transporte de passageiros que possam integrar os municípios que a margeiam.  Há, não podemos esquecer os recortes impar da península do Cabo Frio, com enseadas, praias, ilhas, águas claras, ventos favoráveis e clima tropical o ano todo. 

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