Texto e Foto de Antônio Angelo
As marinas públicas não são somente
um local para barcos conforme a maioria
das pessoas pensam. Mais de 50% dos visitantes em marinas chegam por terra e a
maioria não possuem barcos. Ali vão para descontrair, observar o mar e as
atividades náuticas que fascinam o imaginário humano, uma massa consumidora que
não pode ser ignorada, representando um promissor nicho de mercado a espera de
políticas públicas e privadas de ofertas
e serviços.
Um bom exemplo dos benefícios da criação de núcleos
náuticos pode ser observado no Estado de São Paulo, onde a Secretaria de
Esporte, Lazer e Turismo desenvolve o projeto
Navega São Paulo. O projeto utiliza
as boas práticas náuticas como ferramenta de inclusão social para estudantes da
rede pública de ensino com oficinas de remo, vela e canoagem. Os resultados
impressionam e descobrem novos valores para o esporte nessas modalidades,
nossos futuros medalhistas anônimos, que dificilmente seriam descobertos sem o
projeto.
A criação de núcleos náuticos absorve mão de obra capacitada e oferece espaço para
mais formação profissional. Estima-se que existam 44,3 milhões de pescadores
esportivos, que movimentam $ 41,5
bilhões em vendas, $ 7,3 bilhões em taxas e impostos e geram 1.068.046 empregos
diretos e indiretos, totalizando $ 116 bilhões
segundo a American Sportfishing
Association.
Considerando o atual cenário náutico na Região dos
Lagos, onde não temos nenhuma marina com capacidade de absorver um evento de
porte internacional e até mesmo nacional relevante. As que temos mais próximas
estão localizadas em Arraial do Cabo e Armação dos Búzios que apresentam
entraves logísticos graves, seja administrativo ou de calado para embarcações.
Há de se pensar que algo urgente deve ser feito para reverter esse quadro, sob
risco de definitivamente ficarmos de fora desse excelente mercado, gerador de
emprego e renda, associado a um turismo de qualidade e sustentável, pois os
esportistas amantes do mar, jamais agridem o ambiente marinho ou dulcícola que
desfrutam.
A situação regional se agrava quando observamos a
nossa Lagoa de Araruama subutilizada em relação a essa questão. É inadmissível
que a maior lagoa hiper salina do mundo fique renegada a um segundo plano em
relação ao turismo náutico de grandes eventos e transporte de passageiros que
possam integrar os municípios que a margeiam.
Há, não podemos esquecer os recortes impar da península do Cabo Frio,
com enseadas, praias, ilhas, águas claras, ventos favoráveis e clima tropical o
ano todo.
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