Nova proposta pode acabar com greve dos bancários

Fila nos caixas eletrônicos deve acabar/ Arquivo

Bancários de todo o país decidem nesta sexta-feira (11) se aceitam a nova proposta da Federação dos Bancos (Febaban), para por fim a greve que completa 23 dias. Os bancos oferecem agora 8% de reajuste salarial, sendo 1,82% de aumento real. O comando de greve disse que está orientando os sindicatos regionais a votarem a favor da nova proposta nas assembleias que acontecem entre esta sexta e segunda-feira (14), quando os trabalhadores deverão retornar aos locais de trabalho. 

Com a greve casas lotéricas ficaram lotadas/ Arquivo

O diretor do Sindicato dos bancários de Niterói e baixada litorânea, Suez Santiago, disse que os bancos só avançaram na proposto porque a categoria estava unidade e manteve a mobilização durante esses 23 dias de greve. De acordo com ele, existe 90% de chance da greve acabar neste fim de semana e o atendimento interno das agências ser retomado na próxima semana. "A proposta dos bancos só avançou porque a categoria realizou uma heróica greve nacional e mostrou que a unidade é imprescindível do início ao fim da campanha salarial. Mantivemos o movimento, mesmo quando os bancos quiseram cortar o ponto dos grevistas. Essa foi uma das razões que prolongaram a greve", contou Suez. 

A nova proposta dos bancos, apresentada após o 22º dia da greve, que fechou 12.140 agências em todo o país, incluiu ainda 8,5% de reajuste no piso salarial (2,29% acima da inflação), 10% sobre o teto da parcela individual da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e mais uma elevação de 2% para 2,2% do lucro líquido que será distribuído na parcela adicional da PLR.

"O Comando avalia que a proposta tem avanços nas principais reivindicações dos bancários e vamos indicar a aprovação em assembleias. O aumento real de 1,82% é maior do que a media dos aumentos reais dos bancários desde 2004. Com isso, em 10 anos iremos acumular 18,33% de ganho real nos salários e 38,7% nos pisos", disse o sindicalista.

Foram incluídas também três novas cláusulas no acordo: proibição de os bancos enviarem SMS aos bancários cobrando resultados, abono-assiduidade de um dia por ano e adesão ao programa de vale-cultura do governo, no valor de R$ 50,00 por mês.