Será que vocês querem "brincar" realmente de
Família?
Por Rodolpho Campbel
Acho que nossa cidade precisa de um “acorda pra vida” e uma
moralização de verdade.
Ora, é tão “bunitim” (gíria do meu amigo prof. Chicão) falar
de família, dos “pseudos princípios bíblicos”, mas cumprir de fato todos os
desígnios e mandamentos bíblicos não deve ser fácil, né?!
Pois bem, vou citar alguns desvios de “boa conduta” de
algumas personalidades públicas de nossa cidade, sem dar nomes, é claro, pra
vermos se os mesmos caem em si e vejam o quão feio fica a postura julgadora e
prepotente deles perante alguns assuntos que consideram pecado também.
Na nossa cidade tem "crente" (tanto que se diz
evangélico, quanto católico) que agride a mulher, que agride o pai, que curte a
festa profana (carnaval) inteirinho (inclusive bebendo). Tem "crente"
que pega travesti em boate, "crente" casado que vai às ruas em busca
de sexo com gays, "crente" com duas famílias e duas mulheres,
"crente" alcoólatra, "crente" jovem que faz sexo com gays,
"crente" que faz acordo com traficante, "crente" pastora
homossexual (que vive com a companheira disfarçadamente), tem
"crente" que é apresentador/locutor que frequenta “puteiros” no Rio
de Janeiro e "crente" pastor que sustenta e dá presentes a amante,
descaradamente.
O que falar de tudo isso?! Ora, “Todo aquele que pratica o
pecado transgride a lei de Deus.” “(1 João 3.4), mas será que para todas as
transgressões supracitadas o contexto socio-cultural que vivemos dá uma nova
interpretação para a bíblia? Será que essas pessoas não conhecem ao menos os 10
mandamentos?
Nada contra quem luta pela família, acho até muito louvável,
pois precisamos de fato a cada dia nos moldar, nos reestruturar e nos readequar
para viver o bem e a justiça. Nesse sentido, parabenizo quem realmente luta e
faz por onde para ter uma família melhor, uma família unida, uma família de
amor, uma família acolhedora, uma família monogâmica, uma família livre das
drogas e sem hipocrisia.
Finalizando, se cada um se apropriar de seus próprios erros
e defeitos sem subjugar ou questionar os outros por suas condutas ou aptidões o
mundo, com toda certeza, será mais humano e aprazível para se viver.
Jogar “pedra” no telhado dos outros é fácil, difícil é
receber uma “chuva de granizo” com telhado de vidro em casa.
*Rodolpho Campbell é Presidente do Grupo Iguais e Coordenador
Nacional da Região Sudeste da Articulação Brasileira de Gays
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