domingo, 2 de março de 2014

Turistas reclamam dos preços e comércio do movimento abaixo do esperado em Cabo Frio

"Verão do Isoporzinho" se instala na cidade e surpreende comerciantes


Luciano Moreira

O movimento começou na capital, onde os cariocas apelidaram de "surreal" o aumento dos preços dos comerciantes durante a alta temporada.  No embalo da nova "moeda", veio a moda do "isoporzinho", que nada mais é que a instituição e aceitação da antes estigmatizada "farofa", que nem precisamos explicar o que é.


E a moda do "isoporzinho" ou da "farofa instituída" veio junto com os turistas para Cabo Frio.  O que mais se vê nas ruas são pessoas indo para a praia levando sua própria bebida, seja em caixas de isopor, seja nos modernosos coolers.  Com isso, comerciantes, barraqueiros e ambulantes, obviamente, viram suas vendas cair de forma preocupante.

Evandro, barraqueiro na Praia do Forte, diz que as vendas estão "razoáveis", mas reclama
Evandro e sua barraca
que poderiam estar bem melhores: "todo mundo tá trazendo de casa (a bebida), com isso, a venda, principalmente de cerveja e refrigerante caiu.  O que está salvando é a caipifruta", afirma.



Depósitos de bebidas lucram mais pois cobram menos
Evandro cobra R$ 10,00 pela caipifruta, R$ 5 pela latinha de refrigerante e R$ 6 pelo latão de cerveja...

Quem lucra são os depósitos de bebida e os vendedores de gelo, onde o latão de cerveja custa entre R$ 2 e R$ 3 e o saco de gelo de R$ 4 a R $ 10, dependendo do tamanho.
Dona Sidna: pechincha para poder curtir a praia

Dona Sidna Soares veio do Rio de Janeiro passar o Carnaval em Cabo Frio.  Ela reclama que o aluguel de uma mesa com 4 cadeiras e um guarda-sol não sai por menos de R$ 50 (preço devidamente conferido pelo Blog na "Barraca do Pelé, que alugou o kit para Dona Sidna): "eu sei que a cidade vive em função da alta temporada e até entendo que os preços sejam maiores nesta época, mas já estão abusando.  Pra pagar R$ 50 pelo kit, eu tive que pesquisar e pechinchar.  Teve um que me cobrou R$100!", desabafa.

Nos quiosques o "isoporzinho" também faz seus estragos.  Basta uma olhada no movimento deste domingo pra se comprovar: "a gente acaba vendendo só o peixe-frito, o camarão e petiscos.  Bebida,
Quiosques também sentem os reflexos do "isoporzinho"

mesmo, tá saindo muito pouco", reclama Andréa Moreira, do quiosque Costa do Sol.
Bares e lanchonetes mantém bom movimento

Nos bares, lanchonetes e padarias, o movimento e considerado bom pelos comerciantes: "ninguém deixa de comer, né, então conseguimos vender bem.  Pelo menos 50% a mais que no restante do ano", confirma o proprietário de um bar que preferiu não se identificar.


Supermercados sempre lotados


Mas quem "bomba" mesmo são os supermercados.  Mesmo mantendo ofertas pontuais, os preços estão majorados em relação à baixa temporada.  Carne, cerveja, pão de forma, biscoitos, frios e laticínios (curiosamente presentes no "kit farofa" ou "kit isoporzinho") estão bem mais caros.  Mesmo assim, o movimento é impressionante.

A lição que fica é que os turistas/consumidores estão bem mais espertos e que não adianta "crescer o olho" e querer ficar rico no verão.  Quem cobra preços razoáveis, acaba vendendo - e lucrando - bem mais que os que "arrancam o couro" dos turistas.



Quiosques têm que se esforçar para atrair os clientes
Turistas trazem a cerveja de casa...

Enquanto barraqueiros cobram R$ 50 por um kit de mesa e quatro cadeiras com guarda-sol

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