Balanço Esportivo deste sábado (22) na Região dos Lagos.

Por Gabriel Tinoco 

 'Personagem da Semana' 


Dez anos depois de encerrar a carreira, Marmelo ainda ouve as pessoas dizendo "lembro dos seus gols na Cabofriense". O atleta, que já teve passagens até pelo futebol chinês, guarda com muito carinho a admiração do povo de toda a Região dos Lagos. No entanto, apesar de ter se formado no clube da cidade natal, foi nos gramados de Arraial do Cabo onde o atacante atuou pela primeira vez profissionalmente, no Apollo. Logo na temporada de estreia, ele obteve destaque e ajudou o time no acesso para a Série B do Campeonato Carioca.

— Nasci em Cabo Frio e comecei a gostar de futebol lá. Mas, quando comecei a jogar em campo foi no time da Alcális, que formava muitos atletas na época. Acabei indo para o Apollo e fizemos uma boa campanha na Série C do Campeonato Carioca. Conseguimos o acesso para a segunda divisão. Mas, depois, o time caiu de novo e acabei saindo de lá — diz Marmelo. 

Sem contrato na época, Marmelo resolveu fazer teste no clube carioca Bonsucesso. O treinador era o ex-craque Jairzinho, o Furacão da Copa. Lá, o cabofriense conseguiu destaque e, numa visita dos chineses ao time, fez a maior escolha da carreira. Ele se transferiu para o Sichuan.

Marmelo na China: passagem com gols bonitos

— Os chineses passaram no Bonsucesso e decidiram levar três jogadores: eu, o Fabiano que já jogou no Vasco da Gama e o André Gomes que, atualmente, está no Duque de Caxias. Primeiramente, passamos por um período de testes para ver se eles gostariam ou não de nós. Desde aquela época, o jogador brasileiro é queimado no exterior por não cumprir os contratos. É complicado. Mas, agradamos tanto que eles acabaram comprando nosso passe. A partir daí foi só alegria — comenta ele, que teve uma boa adaptação aos costumes da nova casa.  

— O maior problema era a comida. Tentavam imitar a cozinha brasileira e acabavam não conseguindo. Ficava muito ruim. Mas, teve uma vez que resolvi experimentar a comida chinesa. Sinceramente, gosto bastante, porém sou suspeito para falar. O impacto de culturas, de fato, é enorme, mas consegui me adequar bem ao estilo deles. Não sofri com isso — completa.

A temporada 1996/1997 foi recheada de lances do brasileiro, que conquistava cada vez mais os asiáticos. Dois gols foram marcantes para ele e para os torcedores, que até hoje fazem comentários com ele pela internet. 

A velocidade do atacante agradou os torcedores

— Fiz um gol muito memorável na China. Foi contra um time muito forte e o jogo estava bem complicado. Peguei uma bola no meio-campo e avancei com a marcação só me acompanhando. Quando cheguei perto da area, fintei um zagueiro e chutei no canto do goleiro. Todos que estavam presentes no estádio foram ao delírio e comentam muito comigo sobre esse gol.

Mas, para mim, o mais bonito foi quando um jogador cruzou a bola com o "peito do pé" e ela veio forte e eu consegui acertar um toque de letra no ângulo. Tem vídeo para provar isso. Até hoje não sei como fiz aquele gol — comenta ele aos risos. 

No Campeonato Carioca de 2004, o jogador ainda voltaria para defender as cores da Cabofriense. No entanto, para ele, o rendimento não foi como o esperado e o contrato não foi renovado. Agora, ele aceitou outro desafio — representar o clube no "Fut 7". 

— Estava pensando em parar, mas, por mais uma vez, vou defender as cores do time da cidade. É uma experiência nova e vou me adaptar com a rotina de treinos. Acho que o time está muito bem e temos condições de bater de frente com qualquer equipe. É muito diferente, mas, sinceramente, estou gostando bastante