Agência da gerente que teve família sequestrada não funciona nesta segunda-feira

Sindicato dos bancários pede fechamento da unidade por falta de condições de trabalho

Texto Ana Lúcia de Oliveira
Fotos Renata Cristiane

Sindicalistas atuaram no fechamento da agência

A agência do Banco Itaú, da Praça Porto Rocha (antigo Unibanco), em Cabo Frio, não está funcionando nesta segunda-feira, dia 9. É lá que trabalha a gerente que teve a família sequestrada, na noite da última quinta-feira, dia 5. De acordo com o Sindicato dos Bancários de Niterói e Região, devido ao estado emocional de todos os funcionários da agência, o sindicato pediu para a central do Itaú que a unidade não funcionassem nesta segunda.

De acordo com o sindicalista Suez Santiago, o crime ocorrido no fim da semana passada foi muito violento e deixou todos os funcionários da agência nervosos. "Os sequestradores ficavam ligando para a agência o tempo todo. Eles, inclusive, sabiam as roupas que os bancários estavam usando naquele dia, demostrando que havia olheiros naquela região, acompanhando a movimentação dentro e fora da agência", contou o sindicalista.

Bancários ficaram traumatizados com o ocorrido

O sequestro aconteceu na região neste fim de semana. A gerente do Banco Itaú, cujo nome foi preservado pela Polícia, foi abordada por sequestradores, na noite de quinta-feira, dia 5, ao chegar na casa dela, em Araruama. Ela, o marido e uma filha de 11 anos, passaram a noite sob a mira dos sequestradores.

Na manhã de sexta-feira, a gerente foi obrigada a trabalhar normalmente e sacar a quantia exigida pelos criminosos para pagar o resgate dos familiares. Por exigência dos bandidos, ela não deveria contar para ninguém sobre o que estava acontecendo. Mas, no decorrer das horas, a gerente não aguentou a pressão e acionou a polícia. De acordo com Santiago, os funcionários da agência perceberam que tinha algo errado e a tensão tomou conta da unidade. "Todos ficaram muito abalados. O sequestro começou na quinta-feira a noite e acabou por volta das 20h de sexta-feira", disse o sindicalista.

Equipes das divisões Anti-Sequestro e Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro foram acionadas. Ainda na manhã de sexta-feira, um helicóptero da Civil sobrevoou Cabo Frio. Informações apontavam para a participação de traficantes do bairro Jacaré no sequestro. 

De acordo com a polícia, ao sobrevoar as comunidades do Jacaré e  Guriri, o helicóptero foi recebido com tiros de fuzil. Apesar do tiroteio, que chamou atenção dos moradores das duas comunidades, a operação foi cuidadosa e divulgada para a imprensa somente após a solução do caso.

Por volta das 20h de sexta-feira, os familiares da gerente foram libertados em São Pedro da Aldeia. A família passa bem. O caso, registrado na 126ª DP (Cabo Frio), segue sob investigação.

Leia a matéria no Balanço Policial:
http://reporterrenatacristiane.blogspot.com.br/2013/09/balanco-policial-do-fim-de-semana-na_9.html