O debate acerca da divisão dos royalties parte de uma
premissa equivocada, isso porque o motivo alegado como justificativa para que
Estados e Municípios produtores recebam a maior parcela deste valor sempre foi
a de que eles correm o risco de acidentes que causem graves danos ambientais,
como já ocorreu no Estado do Rio de Janeiro. Mas na verdade a poluição
decorrente da indústria do petróleo não é e nunca foi eventual, muito pelo
contrário, ela é diuturna, e de grandes proporções.
Um dos principais resíduos dessa atividade é a água que é
apelidada pelos ambientalistas de “água negra” e nunca houve fiscalização
governamental nas estações de tratamento onde deve passar esse material, isso
desde que começou a extração de petróleo no País, e apenas a partir de 2007 as
empresas precisam realizar elas mesmas uma auto fiscalização.
Informações oficiais dão conta que em 2003 foram descartadas
na Bacia de Campos 2 milhões de m³ dessa “água negra” e se fossem separados
dela óleos e graxas, teríamos um total de 29 toneladas destes produtos jogados
no mar, além dos demais elementos químicos ali contidos, também na casa das
toneladas. A fiscalização é federal.
Os números de hoje talvez sejam o quádruplo disso, o que
revela uma situação dramática e talvez explique o deserto que vem se tornando o
mar na região da Bacia de Campos, segundo relatos dos próprios pescadores.
Além disso, os parâmetros para elementos poluentes que podem
ser descartados no mar são muito mais elásticos do que os que valem para seu
descarte em terra. Nas
plataformas só se controla óleos e graxas, enquanto dezenas de outros elementos
químicos que encontram limites para descarte em terra são apenas monitorados,
podendo ser lançados em quaisquer níveis.
A premissa correta por isso é a que diz que Estados e
Municípios são efetivamente atingidos, todos os dias, por poluição proveniente
da extração do petróleo, isso sem falar em outros efeitos como o inchaço das
suas populações e consequente demanda por mais e melhores serviços públicos.
A conclusão, agora decorrente da premissa muito mais
poderosa do que a inicial, só pode ser igualmente mais poderosa também: Os
Estados e Municípios produtores de petróleo devem receber a maior parte do bolo
dos royalties, porque são efetivamente atingidos todos os dias pela poluição
que é decorrência natural da extração de petróleo.
Ninguém desconhece os esforços das empresas da área para se
adequarem as normas ambientais, bem como a luta pela prevenção de acidentes,
que afinal causam prejuízos a elas mesmas, e todos reconhecem também a
importância do petróleo na sociedade, mas a verdade é que a “água negra” é um
tema desconhecido da maioria dos brasileiros, que só reconhecem a possibilidade
de um acidente, quando na verdade o desastre acontece todos os dias o dia
inteiro, fato que por si só demonstra que a conclusão acima está acertada.
Fábio Scliar
Mestre em
Direito Público
Delegado da Polícia Federal
precisamos saber quem resolve o caso das meninas sequestradas de cabo-frio, O Ministeriopublico federal no e-mails,consta que e o MPRJ E O TJRJ. quem resolve, e ate agora ninguem preencheu o formulario. que tem que mandar para a SDH/PR, justiça para as pessoas que sao levadas e nem sabe o que esta aontecendo na verdade,quais os procedimenos a serem tomados neste caso. o ex-padrasto na escola exterior, recebemos documento que ele colocou o sobrenome para pode andar por la e agora o MPRJ.????????????????????????
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