terça-feira, 19 de junho de 2012

Guardadores de carro protestam no centro de Cabo Frio




Eles questionam a decisão judicial que proíbe a cobrança de estacionamento nas ruas da cidade
Téo Arrabal Heluy
Nessa segunda-feira, por volta das 11 horas da manhã, cerca de 50 guardadores de carros que trabalham para a empresa Central Park 33, saíram às ruas para protestar contra a proibição do estacionamento pago em Cabo Frio. Os carros que tentavam ultrapassar a manifestação eram proibidos, e em alguns momentos até causando uma certa confusão.
Com apitos e cartazes de protesto, eles passaram pela Avenida Teixeira e Souza, contornaram em frente à Prefeitura da cidade, pela Câmara dos Vereadores e alguns outros principais pontos do Centro. Segundo um dos manifestantes, eles saíram às ruas após uma ideia dos donos da empresa e acabaram entrando pra não ficarem sem emprego.
De acordo com os protestantes, desde a última segunda-feira (18), foram avisados que por determinação da justiça não poderiam mais trabalhar, e um deles, Domingos André, de 55 anos, diz que essa proibição será um prejuízo para o turismo da cidade.
"Se isso se mantiver, o turista que chegar em Cabo Frio vai ser recebido por usuário de crack, morador de rua e flanelinha. Esse é o tipo de pessoa que vai receber o turista agora", afirmou.
Segundo Domingos, o dono da empresa revelou que na próxima segunda-feira (25) dirá se o estacionamento ficará mantido ou não. Eles recebiam 740 reais por mês, vale transporte, e ainda uma comissão para cada carro que abordavam na rua, e de acordo com ele, essa semana sem trabalhar trará prejuízos.
"Vamos ficar uma semana em casa aguardando a ordem judicial, só que nesse tempo parado não receberemos a comissão. É menos dinheiro entrando em casa", lamentou.
Estacionamento Irregular
Segundo a decisão, o Juiz Walnio Franco Pacheco acolheu a solicitação do Ministério Público e determinou a imediata suspensão da cobrança de tarifa por estacionamento na cidade desde o último dia 12 de junho. Ele suspendeu os efeitos do contrato de concessão à Central Park 33 que apresentava vícios como o do sócio da empresa Star 5 Five Service, Comércio, Conservação e Limpeza Ltda. ME, funcionar como testemunha no contrato social da sociedade denominada Central Park Rio 33, Estacionamento Automotivo Ltda. ME, e Ariadna Macedo da Silva, figurar como testemunha nos contratos sociais de ambas sociedades. Circunstâncias, que segundo o juiz, serão apuradas ao longo do processo e podem, em tese, comprometer inclusive a própria licitação.
Ainda segundo a solicitação, a Central Park 33 deveria suspender imediatamente a cobrança de tarifa pelo uso de estacionamento e/ou guarda de veículos em logradouros públicos do Município de Cabo Frio. Em caso de descumprimento da decisão judicial, a multa é diária, de R$ 5 mil.
O Juiz também proíbe a prefeitura de realizar qualquer outro tipo de procedimento licitatório que se destine a atribuir a exploração comercial dos serviços de estacionamento e guarda de veículos em áreas públicas da cidade a entidades com fins lucrativos, até o final do julgamento do processo.

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